10 fotosAiya, ngu, anaanak, nae: mãeEm homenagem ao Dia das Mães, oferecemos esta galeria que retrata as vidas das mães indígenas e seus bebês 11 mai. 2014 - 09:10BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaNo Brasil, as mães da tribo awá, um dos dois únicos povos indígenas nômades de caçadores-coletores do país, sempre tiveram o mesmo status que o dos homens. Algumas mulheres awás podem ter vários maridos, uma prática que se conhece como poliandria. Mais de 30% de um dos territórios awás já foram destruídos. Para essa mãe da foto e outras mães indígenas, a solução para os seus problemas está no reconhecimento de seus direitos humanos fundamentais: direito à autodeterminação e à proteção de suas terras ancestrais. Só assim poderão, ela e seu bebê, viver livremente em seus territórios, do modo que quiserem, livres das ameaças de opressão, violência e expulsão.Survival internationalPenan em Sarawak, Malásia. Muitas crianças indígenas viveram, e ainda vivem, em comunidades complexas onde crescem com uma intimidade mais profunda com um maior número de pessoas que a maioria das crianças que residem nas cidades, em um meio onde elas têm vários cuidadores. Os valores evoluíram para priorizar o coletivo sobre o individual: muitas crianças indígenas aprendem desde pequenas que compartilhar é um princípio fundamental na vida social e que as decisões da comunidade são tomadas por consenso.Survival InternationalNas selvas pantanosas e nos vales fluviais da bacia do Congo na África, uma criança “pigmeia” baka brinca com sua mãe. Os bebês bakas, assim como as outras crianças tribais, ficam nos braços de suas mães quase o tempo todo.Selcen Kucukustel/AtlasLogo ao sul da linha equador, entre as águas sódicas do lago Eyasi da Tanzânia e as rampas do Gran Vale do Rift, vivem os hadzas, uma pequena tribo de caçadores-coletores: uma das últimas da África. Até a década dos anos 50, os hadzas sobreviveram da caça e da colheita. Hoje, apenas entre 300 e 400 membros da tribo, que tem cerca de 1.300 pessoas ao todo, são ainda caçadores-coletores nôamades que obtêm comida de seu meio natural; o resto vive parte do tempo em comunidades imóveis. Quando as mulheres hadzas se deslocavam através de sua terra ancestral com mais frequência do que o fazem agora, o parto às vezes era feito durante a mesma caminhada, às vezes nas cavidades dos troncos das antigas árvores de Baobás. Logo depois de dar a luz, a mulher simplesmente pegava seu bebê e seguia caminhando para alcançar o resto da família.Joanna Eede/Survival“Para muitas sociedades tribais o nascimento é considerado um fato rotineiro, pelo qual não gera expectativa, nem se presta uma atenção especial ao bebê ou à mãe”, explica Stephen Corry, diretor da Survival International. As índias yanomamis costumam se afastar de suas 'shabonos', ou casas comuns, acompanhadas de suas mães ou de outros familiares, para dar a luz na selva. A maioria das mulheres yanomamis leva seus filhos de até dois anos em uma espécie de tipoia feita de algodão ou de tiras de fibra vegetal, como a da banana. Dão de mamar a seus filhos durante vários anos. É uma prática que, segundo acham, dificulta a concepção.Claudia Andujar/SurvivalAs crianças yanomamis aprendem a “ler” o rastro dos animais, a utilizar a seiva das plantas como veneno e a escalar as árvores fazendo uso de cipós atados aos pés. "Naqueles dias, a minha mãe sempre me levava com ela à selva para buscar caranguejos, pescar ou pegar frutos silvestres. Eu também costumava ir com ela aos campos quando precisávamos colher madioca, bananas ou cortar lenha. Às vezes os caçadores também me chamavam de madrugada quando iam sair para a selva. Assim é como eu cresci na selva". Davi Kopenawa Yanomami, Brasil.Fiona Watson/SurvivalGentil, compassivo e religiosamente tolerante, o povo indígena jumma do sudeste montanhoso de Bangladesh, que inclui as tribos chakma e marma, difere étnica e linguisticamente da maioria bengalesa. Uma mãe chakma deposita seu bebê recém-nascido em seu "dhulon", o berço tradicional jumma. Para dormir, a sua mãe entoa cantigas de ninar conhecidas como "olee daagaanaa". Atualmente, no entanto, os colonos quase superam em número as crianças jummas e seus pais, a quem o exército trata de forma brutal. “Em um só episódio de genocídio, centenas de homens, mulheres e crianças foram queimados vivos em seus lares de bambu”, denuncia a pesquisadora Sophie Grig, da organização Survival International.Mark McEvoy/ SurvivalAlém de seus próprios bebês, as mulheres awás dão de mamar a filhotes órfãos de macacos e de outros animais, como o aguti, um roedor da América do Sul. “Passo muito tempo amamentando os filhotes graciosos”, explica uma mulher awá chamada Periquito a uma pesquisadora da Survival International. “E quando já cresceram o suficiente voltam a viver na selva. Posso ouvir o macaco que costumava ser minha mascote, cantando por aí nas árvores”.Fiona Watson/SurvivalNa Malásia, a tribo penan viveu durante muito tempo em harmonia com a sua selva, repleta de enormes árvores, orquídeas raras e rios de forte corrente. “A selva é a nossa mãe”, dizem. “Pertence aos incontáveis mortos, aos poucos que vivem e às multidões que ainda estão por nascer”.Sofia Yu/Survival“Não estamos aqui por nós. Estamos aqui por nossos filhos, e os filhos de nossos netos”. Índio bosquímano, Botsuana.Fiona Watson/Survival