A geração de empregos durante a Copa do Mundo será limitada
Pesquisa aponta que serão criados 48.000 postos de trabalho com o evento, um alcance reduzido diante dos investimentos feitos
Uma projeção feita pelo Ministério do Turismo, baseada em uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a partir do evento “laboratório” Copa das Confederações de 2013, revela que o Mundial deste ano poderá gerar uma receita de 30 bilhões de reais com as atividades que giram em torno do evento. Trata-se de uma cifra que representa 0,06% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2013, pouco em relação à expectativa criada ao redor da Copa. E com muitas áreas que deixam a desejar.
Para empresários do setor hoteleiro nacional, a situação da ocupação das vagas em várias das cidades-sedes no período da Copa ainda está longe de ser um sucesso de vendas.
Em entrevista por telefone, o ministro do Turismo, Vinicius Lages, disse esperar que a comercialização das últimas cotas de ingressos para os jogos pela FIFA possa mudar esse quadro. “A indicação que temos é que a procura está sendo boa em algumas cidades menos conhecidas dos estrangeiros”, disse ele.
Nesta segunda-feira, a Confederação Comercial de Bens, Serviços e Turismo (CNC) também divulgou uma previsão de que a Copa do Mundo, que começa no dia 12 de junho, deverá propiciar a criação de quase 48.000 empregos. De acordo com a CNC, isso se deve, em grande parte, a um fluxo bastante concentrado de turistas, estimado em 3,6 milhões de pessoas, apenas nesse período.“Do total da força de trabalho com carteira assinada – um contingente de cerca de 48 milhões de pessoas – 3,4 milhões atuam diretamente na área do turismo. É para elas que o efeito dos jogos será maior. Estudamos outra áreas, como a de combustíveis, e para ela, por exemplo, o efeito será uma retração, por causa da redução das entregas durante essa época”, diz Fábio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo da geração de vagas durante o Mundial.
O número de visitantes poderia ser maior se a infraestrutura estivesse à altura do que se espera de um evento internacional. No setor de aeroportos, por exemplo, os atrasos nas obras já são de conhecimento público. Até mesmo a presidenta Dilma Rousseff reconheceu que é preciso melhorar a qualidade dos terminais. “O processo de distribuição de renda foi mais rápido do que o processo de melhoria da infraestrutura. Agora estamos criando condições para que isso ocorra o mais rapidamente possível. Nos interessa ter acesso ao que há de melhor na gestão aeroportuária, as pessoas querem cada vez mais, querem melhores serviços”, disse ela nesta segunda-feira.
Como previu a agência Moody’s em um relatório na semana passada, também pode ocorrer um impacto curto para setores como os de alimentação e bebidas, aluguel de veículos, tevê por assinatura, entre outros. Para o ministro do Turismo, a "temporariedade é comum a todo evento desse tipo”. “Mas nem por isso nenhum empresário vai dizer que não gostaria de uma Copa aqui também no ano que vem”.
Além disso, afirma Lages, a divulgação de cidades fora do radar internacional pode criar uma maior procura e trazer mais eventos. “O Brasil saiu da posição 19 no ranking mundial de eventos para a sétima em 12 anos. Podemos nos especializar em muitas áreas em que outras países não têm vocação”, afirmou.
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