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As contas do BlackBerry vão de mal a pior

As vendas de seus telefones com teclado despencam em todas as regiões do mundo As perdas já chegam a 5,8 bilhões de dólares

Sede da companhia BlackBerry em Waterloo (Ontario)
Sede da companhia BlackBerry em Waterloo (Ontario)MARK BLINCH (REUTERS)

As contas de BlackBerry estão completamente desenquadradas e vão de mal a pior. A companhia canadense que fabrica os telefones com teclado fechou o exercício de 2013 com perdas de 5,8 bilhões de dólares (13,3 bilhões de reais), ante um saldo negativo de 646 milhões de dólares de um ano atrás. A cifra de negócio também vai a pique ao reduzir os lucros em quase 40% nos últimos 12 meses, a 6,8 bilhões de dólares.

Do total das perdas, 423 milhões de dólares correspondem ao quarto trimestre do exercício fiscal. Esse resultado contrasta com o ganho de 98 milhões de dólares dos últimos três meses de 2012. As vendas caíram 64%, até os 976 milhões. Nesse período venderam-se 3,4 milhões de telefones interativos, dos quais 2,3 milhões são modelos com o sistema operacional BlackBerry 7.

Mesmo diante deste descalabro nos resultados, John Chen mostra-se “satisfeito” com os progressos na estratégia que apresentou há três meses, depois de assumir o cargo de conselheiro-chefe. A margem de benefício passou em um trimestre de 34% a 43%, ao mesmo tempo que reduziu em 30% o inventário. Mas tem um problema. A companhia tem só 2,7 bilhões de dólares em numerário e outros ativos.

Esse colchão no balanço vai se reduzindo também rapidamente, quando se compara com os 3,2 bilhões de dólares que tinha em liquidez no trimestre anterior. Chen, no entanto, insiste ante os analistas de Wall Street que a BlackBerry está agora em uma melhor situação financeira e confia que recuperará a curva de crescimento e voltará a ser rentável. Mas o desafio que tem é enorme.

Ao ver a evolução geográfica dos rendimentos, constata-se que as quedas nas vendas afetam todas as regiões do mundo. A cifra de negócio no mercado que integra Europa, Oriente Médio e África se reduziu a 412 milhões, três vezes menos que no quatro trimestre de 2012. É a região mais potente, com 42% dos lucros. Na América Latina, a redução foi quase por quatro, a 127 milhões.

O resultado anual inclui cargas de 934 milhões pelos telefones que ficaram sem vender do novo modelo Z10. Depois da apresentação de suas contas, os títulos da companhia de Waterloo (Ontario) subiam mais de 7% no Nasdaq. Os analistas esperavam uma perda trimestral inclusive maior do que a que se tornou pública. Acumulava já uma apreciação de 25% desde que Chen tomou as rédeas.

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