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Outro jornalista assassinado no Brasil

O jornalista Jeolino Lopes Xavier, dono do site noticioso Portal N3, da cidade baiana de Teixeira de Freitas, levou seis disparos

O jornalista assassinado em imagem publicada na capa veículo do qual era dono.
O jornalista assassinado em imagem publicada na capa veículo do qual era dono.Portal N3

Mais um profissional de imprensa é assassinado no país, a quarta vítima apenas neste ano. Na noite desta quinta-feira, o jornalista Jeolino Lopes Xavier, de 44 anos, que era dono do site noticioso Portal N3 - onde era diretor e que fazia a cobertura da cidade de Teixeira de Freitas, localizada a 900 quilômetros da capital baiana, Salvador, na região Nordeste - foi assassinado com seis tiros no carro da reportagem do veículo. A namorada dele, Daniela Ferreira dos Santos, também acabou sendo atingida por um dos disparos.

Xavier tinha exercido um mandato de vereador na cidade de Teixeira de Freitas entre 2004 e 2008 e atualmente era suplente da Câmara de Vereadores desta cidade. Segundo Paulo Costa, secretário de comunicação de Teixeira de Freitas, a linha de trabalho do jornalista era ligada a causas políticas e sua morte gerou comoção na cidade. “Apesar de polêmico, Jeolino era muito popular e querido”, disse ele.

O delegado da cidade, Marcos Vinícius, também disse, em entrevista por telefone ao EL PAÍS, que a hipótese de que sua morte esteja ligada a reportagens que ele tenha feito não está descartada. No entanto, o delegado afirmou que há relatos, que estão sendo investigados, de uma suposta manipulação “antiética” do conteúdo do Portal N3 e, inclusive, de um suposto vício em “drogas”. “Ainda estamos no primeiro dia de investigações, e todas essas linhas de investigação estão sendo averiguadas”, afirmou o delegado.

Na tarde desta sexta-feira, o Portal N3 estava sem nenhuma notícia no ar e trazia sua página na cor preta, a foto do jornalista, conhecido pelos colegas como Jel Lopes, e uma mensagem que dizia "luto".

O site da prefeitura de Teixeira de Freitas traz em sua capa uma nota de pesar, na qual afirma: “em ato de profunda consternação, a Prefeitura e nós, da Comunicação da Prefeitura, colegas de profissão, manifestamos nossa solidariedade aos familiares e amigos pela amizade e pelo trabalho por ele desempenhado em benefício desta cidade.”

A morte do jornalista foi lamentada pelo Repórter sem Fronteiras do Brasil e o Journalism in the Americas, duas das principais organizações dos profissionais de comunicação. No dia 10 de fevereiro, o repórter cinematográfico da TV Bandeirantes, Santiago Idílio Andrade, teve morte cerebral após ser atingido por um rojão durante uma manifestação contra o aumento das tarifas de ônibus na cidade do Rio de Janeiro.

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