De surpresa, Banco Central da Índia sobe os juros a 8% em plena crise das moedas

O Banco Central da Índia anunciou de surpresa uma alta de 0,25 ponto percentual da taxa de juros da rupia, que se situa assim em 8%. O objetivo é frear as pressões inflacionistas e estimular o crescimento da economia. Embora estes sejam os argumentos oficiais, a decisão também ajudará a conter a cotação da rupia depois das turbulências sofridas nos mercados de divisas contra as moedas dos países emergentes. Na verdade, nas próximas horas é esperado que outro banco central dos países emergentes, o da Turquia, anuncie medidas depois da depreciação sofrida nas últimas jornadas.

No caso da Índia, a alta anunciada nesta terça-feira é a terceira desde que o ex-economista chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) Raghuram G. Rajan fosse designado chefe do instituto emissor da Índia no mês de agosto.

No comunicado feito após a decisão sobre as taxas de juro, Rajan reconheceu que as perspectivas de crescimento do país são cada vez mais preocupantes, ao mesmo tempo que as perspectivas de inflação continuam representando o maior risco para a economia com crescimentos próximos ao duplo dígito.

"O risco mais grave para o valor da rupia procede da inflação, que continua sendo elevada e próxima do duplo dígito, apesar da desinflação prevista em vegetais e frutas. Além disso, a inflação subjacente, que exclui alimentos e combustível, também foi alta, especialmente nos serviços, o que indica pressões salariais e outros efeitos de segunda ordem", explicou o chefe do Banco Central.

Deste modo, o Banco Central indiano reage às recentes pressões nos mercados sobre as moedas das economias emergentes, algo que também fará a Turquia, que convocou ontem para esta terça-feira uma reunião de urgência que adotará medidas para defender sua divisa.