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O Real Madrid arranca empate em Pamplona e se complica

Dois erros defensivos condenam a equipe de Ancelotti a sofrer ante um Osasuna aguerrido que não aproveitou a expulsão de Ramos

Diego Torres
Loties e Cristiano brigam pela bola em Pamplona.
Loties e Cristiano brigam pela bola em Pamplona.Gonzalo Arroyo Moreno (Getty)

Os erros defensivos condenaram o Real Madrid à clássica jornada de sofrimento no estádio do Osasuna, o El Sadar. A equipe de Pamplona (norte) não fez nada extraordinário para jogar seu adversário contra as cordas. Nada que não tenha sido visto antes. Defender-se corajosamente em sua área e produzir jogadas que resultem em cruzamentos na defesa rival. Lançamentos que nem Diego López, nem Pepe, nem Ramos combateram com a pontualidade devida. Incompetência lamentável para o Real, que não jogou mal, mas também não soube desarticular a teia montada por seu adversário. A equipe pode ver ainda neste fim de semana aumentar sua desvantagem em relação a Barcelona e Atlético de Madri na tabela do Campeonato Espanhol.

A entrada em cena do Real foi própria das equipes que estão no auge. Saiu a campo com passos autoritários e tomou conta da bola sob a direção de Alonso e Modric. As trocas de passes aconteciam em velocidade máxima, à medida que se somavam Marcelo, Isco, Benzema e Carvajal, que entravam e saíam da jogada gerando espaços. Apressando os jogadores do Osasuna, que retrocederam tentando se unir para cobrir todos os acessos à área. Carvajal desequilibrou pela direita, gerou uma falta e enfiou dois passes em coordenação com as chegadas de Cristiano Ronaldo, que mandou uma bola por cima do travessão e ficou a um palmo do arremate quando Arribas se antecipou para afastar o perigo a escanteio com a ponta da chuteira.

OSASUNA, 2; REAL MADRID, 2

Osasuna: Andrés Fernández, Marc Bertrán, Loties, Arribas, Damiá; Silva, Lolo, Cejudo, Torres (Oier Sanjurjo, 75 minutos), Armenteros (Raoul Loe, 80 minutos); e Oriol Riera (Manuel Onwu, 86 minutos).

Real Madrid: Diego López; Carvajal, Pepe, Sérgio Ramos, Marcelo; Xabi Alonso, Modric (Nacho, 64 minutos); Isco (Jesé, 83 minutos), Bale (Di María, 54 minutos), Cristiano Ronaldo; e Benzema.

Gols: 1-0, M.16: Oriol Riera. 2-0, M.39: Oriol Riera. 2-1, M.45: Isco. 2-2, M.80: Pepe.

Árbitro: Clos Gómez. Expulsou por dois cartões amarelos Sérgio Ramos (43 minutos) e Silva (78 minutos). Também deu amarelo a Arribas (11 minutos), Cejudo (25 minutos) e Torres, pelo Osasuna; e Pepe (20 minutos), pelo Real Madrid.

El Sadar, 15.978 espetadores.

Aos 10 minutos de jogo, a muralha formada por Silva, Torres e Lolo se desmoronou com uma tabela rápida entre Modric, Benzema e Isco. Este último, que tinha deixado desorientados seus marcadores, recebeu pela direita e fez a jogada perfeita. O tipo de assistência que Cristiano Ronaldo costuma converter em gol quando os centrais andam fora de suas posições. Estava só, ante Fernández, pronto para executar com a direita, em seu perfil mais perfeito, com a possibilidade de escolher o canto. Mas disparou para fora.

Tantas vezes inibido em suas visitas a Pamplona, o Real entrou com convicção, determinado a encaixar a partida jogando com naturalidade. Como se não pesasse o passado recente de visitas ao El Sadar pelo Campeonato Espanhol. Nada fazia presumir que o panorama seria outro. Aconteceu em uma jogada como qualquer outra, um avanço de Marc Bertrán, que não demorou depois de cruzar a linha do meio-campo para enviar um lançamento bem feito, mas frontal. O tipo de jogada que resulta tão difícil de arrematar, como simples de se afastar. Não foi assim. Diego López se intimidou e Pepe também não ganhou pelo alto. A bola foi para Oriol Riera, que cabeceou no segundo pau. O gol apimentou um bom jogo, raro pela emoção em um campeonato cheio de tanta desigualdade. A tarde, excepcionalmente morna e ensolarada, serviu de pano de fundo para a festa da torcida local, enquanto se entoava o velho canto: “Que medo me dá!/ Que medo me dá!/ Ser do Real Madrid e jogar no El Sadar!”.

O Osasuna não só escapou ileso da pressão do Real nos primeiros quinze minutos, como havia conseguido marcar. Um ponto de apoio. A equipe madrilenha respondeu com uma mistura de raiva e perplexidade. Modric se destacou pela boa atuação, pela raça balcânica. O Real recuperava o ritmo quando outro cruzamento da lateral desorientou sua defesa. A bola sobrevoou a área sem que Diego López nem seus companheiros conseguissem afastá-la. Foi para escanteio. Torres cobrou, Damiá cabeceou, Diego López defendeu no canto e, outra vez de cabeça, Riera aproveitou a falta de marcação e bateu o goleiro vencido. Dois erros e dois gols colocavam o Osasuna em uma situação privilegiada, assim como inesperada.

Fazendo uso de seu habitual rigor, o árbitro Clos Gómez expulsou Ramos por dois cartões amarelos. Faltavam alguns minutos para o intervalo e a tarde caía sem remédios para o Real, quando Cristiano Ronaldo recebeu a bola no meio-campo. Saíram em manada todos os zagueiros do Osasuna sem contar que o português decidiria não finalizar a jogada. Passou para Isco, que disparou de fora da área. Foi um arremate soberbo. A bola viajou suave e foi no canto. Os madridistas ganharam fôlego antes de baixar para o vestiário.

No reinício do jogo, o Real viveu um breve calvário. Encorajado pela superioridade numérica em campo, o Osasuna moveu a bola com desenvoltra. Alonso, recuado para o centro da defesa, resultou decisivo nesses momentos. Esteve sempre onde tinha que estar, cobriu todas as bolas perigosas, cortou os passe fatídicos, chegou um centímetro antes que seu oponente. O período de crise se prolongou até que Ancelotti substituiu Bale, afogado ante a falta de espaços, por Di María. O argentino arrastou sua equipe da lama e a colocou de volta no jogo, com mais raça do que bom futebol. Contou ainda com a colaboração de Silva, expulso depois de uma imprudência desnecessária. O Osasuna pagou caro por esses instantes de desconcerto. Pepe irrompeu com autoridade e cabeceou para o gol, empatando depois de um cruzamento. Foi o ponto final de um intercâmbio sem interrupções. Uma boa partida para compensar o preço exorbitante das entradas, 130 euros a mais barata.

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