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Assim contamos manifestação contra Temer em Brasília

O saldo final da polícia registrou oito detidos e sete ministérios depredados

Manifestante com um cartaz em defesa de eleições antecipadas diretas, em Brasília. Ao fundo, barricada com fogo na Esplanada dos Ministérios.
Manifestante com um cartaz em defesa de eleições antecipadas diretas, em Brasília. Ao fundo, barricada com fogo na Esplanada dos Ministérios.Andressa Anholete (AFP)
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Temer convoca Forças Armadas em Brasília e causa controvérsia. Entenda

Tumulto no protesto intitulado Ocupa Brasília, nesta quarta-feira, 24 de maio, pela saída do presidente Michel Temer: houve confronto entre manifestantes e a Polícia Militar, depredações na Esplanada dos Ministérios e feridos. À tarde, o Governo Temer autorizou a convocação das Forças Armadas para conter as manifestações e deu ordem para esvaziar prédios da Esplanada dos Ministérios. O protesto, liderado por movimentos sociais de esquerda, reunia pela primeira vez em uma década centrais sindicais que costumavam ficar de lados opostos — a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical. Os milhares de manifestantes que marcharam desde o estádio Mané Garrincha até o Congresso Nacional também protestavam contra as reformas Trabalhista e da Previdência e em defesa de eleições diretas antecipadas para presidência da República. Houve bate boca entre entre deputados federais da oposição e da base governista, em mais um sinal do agravamento da crise política do Brasil.

Veja como contamos o dia de protestos:

O ministério da Agricultura concluiu o levantamento do prejuízo causado pela depredação e incêndio de ontem, durante o protesto: 1,105 milhão de reais.
Jungmann também afirmou que Michel Temer decidiu acionar a Advocacia-Geral da União (AGU) para que sejam feitas perícias em todos os imóveis em que ocorreram "atos de vandalismo e barbárie" para que os responsáveis sejam processados criminalmente e paguem pelos danos causados. Nesta matéria falamos sobre o balanço de danos nos ministérios após o protesto desta quarta-feira em Brasília: http://cort.as/xBqL
Depois do incômodo causado com a Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, quando afirmou que o presidente da Casa, Rodrigo Maia, havia solicitado a presença das Forças Armadas nas ruas (o que Maia negou), Raul Jungmann, ministro da Defesa, afirmou em um pronunciamento à imprensa nesta manhã que o decreto que autorizava o Exército foi revogado. "Considerando que foi restaurada a ordem, a tranquilidade, o respeito à vida e ao patrimônio público, [Temer] decretou a suspensão da Operação de Garantia da Lei e da Ordem", disse ele. Entenda mais sobre a polêmica aqui: http://cort.as/xBkZ
Funcionários arrumam os estragos no prédio do Ministério do Trabalho nesta quinta-feira. Prédio chegou a ser evacuado nesta manhã, junto ao da Fazenda, por uma ameaça de bomba que não se confirmou.
Protesto convulsiona Brasília e Temer é criticado por convocar Forças Armadas http://cort.as/xBqL
Balanço dos protestos em Brasília: 49 feridos, sete ministérios depredados e oito presos, informa Afonso Benites.
Veja algumas das principais imagens do protesto em Brasília: http://cort.as/xBmI
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), divulgou nota para lamentar "os episódios ocorridos na manifestação de hoje quando alguns grupos agiram com violência, depredando o patrimônio público e privado", informa Afonso Benites. Na mensagem, Rollemberg diz que "para surpresa do Governo de Brasília, a Presidência da República decidiu na tarde de hoje recorrer ao uso das Forças Armadas, medida extrema adotada sem conhecimento prévio e nem anuência do Governo de Brasília e sem respeitar os requisitos da Lei Complementar nº 97/99 (artigo 15, parágrafos 2º e 3º)".
O senador Randolfe Rodrigues (REDE) protocolou no STF um mandado de segurança contra o decreto de Temer que autoriza o uso das Forças Armadas. A justificativa é que "tal medida excepcional só se mostra cabível quando esgotados todos os meios normais para o restabelecimento da lei e da ordem".
O ministro da Educação, Mendonça Filho, lamenta prejuízos à estrutura do MEC.
Ainda sobre as Forças Armadas: segundo o Ministério da Defesa, essas tropas só serão usadas nos prédios do Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional mediante pedido dos presidentes dessas Casas. No Planalto, o Exército já faz a segurança rotineiramente. A diferença é que, agora, as tropas militares serão empregadas também na segurança dos ministérios.
Segundo o Ministério da Defesa, "as Forças Armadas vão ser empregadas em ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos prédios da Esplanada dos Ministérios e palácios do governo federal". Em nota, o ministério informou que "serão 1,3 mil militares do Exército e 200 fuzileiros navais" atuando.
Questionado, o Ministério da Defesa não se pronunciou sobre a fala de Rodrigo Maia, mais cedo, dizendo que a informação dada pelo ministro de que ele havia solicitado as Forças Armadas não era verdadeira. O presidente da Câmara disse que pediu o uso da Força Nacional. Pela assessoria, o ministério disse que não havia tropas suficientes da Força Nacional, por isso se decidiu pelas Forças Armadas. A pasta não afirmou, no entanto, qual o efetivo da Força Nacional que estava disponível.
Segundo o Palácio do Planalto, "restabelecendo-se a ordem, o documento será revogado". A nota termina dizendo que "o Presidente da República ressalta que não hesitará em exercer a autoridade que o cargo lhe confere sempre que for necessário".
O Palácio do Planalto divulgou nota para explicar a convocação das Forças Armadas para atuar em Brasília, informa Afonso Benites. Segundo a nota, "o Presidente da República, após confirmada a insuficiência dos meios policiais solicitados pelo Presidente da Câmara dos Deputados, decidiu empregar, com base no artigo 142 da Constituição Federal, efetivos das Forças Armadas com o objetivo de garantir a integridade física das pessoas, proporcionar evacuação segura dos prédios da esplanada e proteger o patrimônio público, tal como foi feito anteriormente em vários Estados brasileiros".
Enquanto isso, na Câmara:
O jornal O Globo publicou agora há pouco um vídeo em que policiais usam armas de fogo contra os manifestantes durante o protesto em Brasília:
Entenda a controvérsia provocada pela convocação das Forças Armadas pelo Governo Temer. Legislação, regulamentada em portaria em 2014, é criticada por ONGs de direitos humanos. Leia na reportagem de Flávia Marreiro e Talita Bedinelli: http://cort.as/xBkZ
Deputados da oposição deixam o plenário da Câmara, em protesto contra a continuidade da sessão

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