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Trump quer cancelar encomenda do novo Air Force One porque achou caro

Presidente eleito qualifica de absurdo o valor pedido pela Boeing para renovar o avião presidencial

Avião presidencial chegando a Havana
Avião presidencial chegando a HavanaAlberto Reyes (REUTERS)

Donald Trump recorre de novo ao Twitter para atacar uma empresa e, de passagem, arremeter contra o que considera um esbanjamento de recursos públicos em Washington. O alvo desta vez é a Boeing, gigante do setor aeroespacial e um dos principais fornecedores do Pentágono. O veículo do ataque é o multimilionário contrato para a substituição do avião Air Force One, um dos símbolos do poder exercido pelos presidentes dos Estados Unidos.

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Trump fala diretamente em “cancelar” o pedido, porque o gasto seria disparatado. Dá uma cifra concreta para justificar sua posição: quatro bilhões de dólares (13,75 bilhões de reais). A equipe do presidente-eleito não explicou de onde tirou esse valor. A Boeing, quando anunciou a encomenda, estimou-a em 1,65 bilhão de dólares, com a produção de dois aviões. Foi um balão de oxigênio para o célebre Jumbo.

O novo Air Force One usa como base o modelo B747-8 da Boeing, a última versão do quadrimotor, que compartilha a tecnologia do B787 Dreamliner. Trump diz que o custo é “absurdo”. “Queremos que a Boeing ganhe muito dinheiro, mas nem tanto”, afirmou, depois da mensagem no Twitter, aos jornalistas que dão plantão diante do seu arranha-céu em Manhattan. As ações da Boeing caíam mais de 1% quando a Bolsa de Nova York abriu.

O programa B747 passa por um momento delicado. O executivo-chefe da Boeing, Dennis Muilenburg, chegou a admitir em julho que a demanda por esse modelo é tão baixa que a produção poderia ser abandonada. O Jumbo é um dos aviões mais reconhecidos da história da aviação, e até pouco tempo atrás era o modelo preferido das companhias que cobrem rotas intercontinentais.

O novo avião presidencial está agora em fase de desenvolvimento. A cifra que a Boeing menciona para o contrato se refere ao dinheiro orçado até 2019. É um projeto que vai demorar, e o custo final poderia duplicar o inicial. Na verdade, só deve começar a voar em 2022. A mudança, portanto, ocorrerá no momento em que os atuais Air Force One estiverem chegando ao final do ciclo de vida habitual de um B747-200.

Boeings presidenciais desde Roosevelt

Os aviões da Boeing transportam os presidentes norte-americanos desde Franklin Delano Roosevelt. Donald Trump também viaja a bordo de uma aeronave da empresa de Chicago. Trata-se de uma versão de luxo de um B757, com torneiras de ouro, montado há um quarto de século. Pode ser visto guardado no aeroporto de La Guardia, em Nova York.

A Boeing evita fazer comentários. O modelo B747, especificamente, é utilizado como Air Force One há meio século. É mais do que um avião para transportar o presidente; é um Salão Oval voador, e conta com a última tecnologia de comunicação disponível. George W. Bush o utilizou como refúgio durante os atentados do 11 de Setembro contra as Torres Gêmeas e a sede do Pentágono.

A Força Aérea prometeu na época da assinatura do contrato, em janeiro, que faria o possível para manter os custos reduzidos. Mas também deixou claro que a substituição dos B747-200 é necessária porque as peças estão “obsoletas”, e isso complica as operações de manutenção dos aviões presidenciais que estão em serviço atualmente.

Muilenburg foi dos primeiros executivos a cumprimentarem Trump após sua vitória eleitoral em 8 de novembro, comprometendo-se a colaborar com o presidente-eleito para impulsionar a economia norte-americana e mundial. A Boeing subiu 5% na Bolsa desde as eleições, impulsionada pelos planos de economia e defesa do futuro presidente.

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