Câmara, a um passo de cassar Eduardo Cunha
Parecer que pede cassação é lido no plenário. Maia diz que votação será antes de eleições, mas não há data
O penúltimo passo para que a Câmara dos Deputados votasse a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi dado, mas a data para que esse julgamento ocorra ainda é incerta. Na tarde desta segunda-feira, foi lido no plenário o parecer do Conselho de Ética da Casa recomendando a perda de mandato do peemedebista por quebra de decoro parlamentar. O deputado afastado é acusado de ter mentido aos seus pares ao dizer que não possuía contas em bancos do exterior. Ele continua mantendo sua versão e diz que os trustes que possui na Suíça não se caracterizam como contas.
Agora é necessário que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marque o dia em que o processo de cassação entre na pauta de votações. A partir de quarta-feira o processo se torna prioritário. Isso quer dizer que ele sempre será o primeiro da fila de votações. Para votar qualquer outra proposta é necessário que a maioria dos deputados presentes concordem com a inversão da ordem.
Se depender de Maia, outros projetos devem ser votados antes que a cassação de Cunha. Sua prioridade, conforme revelou mais de uma vez, é com a pauta econômica. Depois de votar o projeto de renegociação da dívida dos Estados (o PLP 257/2016), o deputado deve levar a plenário o projeto de lei que altera as regras de exploração do pré-sal, uma proposta que já foi aprovada no Senado e ainda depende da análise dos deputados.
Sem querer marcar data para o caso de Cunha, as únicas certezas que Maia deu até o momento é que a votação da cassação ocorrerá em um período com alto quórum na Casa e será antes das eleições municipais, que acontecerão em outubro. O difícil será conseguir uma presença elevada de deputados em um período em que vários deles estão preocupados em dar suporte às campanhas de seus aliados em suas bases eleitorais. Oficialmente, a campanha inicia no próximo dia 15.
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