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Brasil, o melhor país para o turismo radical

Uma macro pesquisa apresentada em Davos analisa a reputação de vários países

GERJ / Fotos Públicas
Alejandro Bolaños

Associar um país a uma marca com valores favoráveis é uma carreira. Dela participam alianças de altos funcionários, empresários, consultores e publicitários com a meta de melhorar a imagem exterior, e com isso, facilitar os negócios. E Davos, a cidade suíça onde a elite empresarial realiza o Fórum Econômico Mundial, é o lugar perfeito para termos uma ideia de como anda essa competição. Um grupo de empresas apresentou, na quinta-feira, uma macro pesquisa (16.248 pessoas em 36 países) que analisa a reputação de vários países, e na qual o Brasil vence apenas uma categoria: turismo radical.

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A Alemanha é o país mais bem avaliado no geral, segundo o estudo, enquanto que o Brasil fica na 20ª posição entre 60 grandes países que concentram mais de 90% do PIB do mundo. Entre os pontos fortes do Brasil, está ser um dos “melhores destinos turísticos do mundo”, mas a pesquisa destaca a desigualdade, a governabilidade e os problemas ambientais como aspectos negativos. Salienta que, segundo os especialistas, a corrupção custa bilhões de dólares ao país todos os anos.

O objetivo da pesquisa (elaborada pelo portal americano US News & World Report, a consultoria BAV e a escola de negócios Wharton, da Universidade da Pensilvânia) era “entender e quantificar a percepção global sobre as marcas países”). Para isso, estabeleceram 65 atributos de todos os tipos (desde se um país é considerado “amigável”, “sexy” ou “feliz”, a se a percepção é de um país influente na política mundial ou uma potência militar), embora os que mais tiveram peso nesse estudo sejam os relacionados ao empreendimento empresarial, à cidadania (liberdade religiosa, direitos humanos, valores ambientais, igualdade de gênero) ou à qualidade de vida (sistemas públicos de saúde e educação, igualdade de renda, mercado de trabalho).

A Tailândia é vista como o melhor país para começar um negócio, um ranking que tem países asiáticos nos primeiros lugares (Malásia, Filipinas ou China), assim como acontece com as respostas que analisam qual país valoriza mais o desenvolvimento de uma carreira profissional (China), o melhor para investir (Índia) ou qual tem um futuro melhor (Cingapura).

Quando a pretensão é estimar a percepção global sobre qual é o país mais influente, o pódio da lista fica ocidental, com os Estados Unidos em primeiro lugar, seguidos do Reino Unido e da Alemanha. Os países anglo-saxões (Reino Unido, Canadá, EUA) são considerados os melhores para completar sua educação, enquanto que o Canadá é apreciado como o mais atrativo para realocar a sede de uma empresa, tópico sobre o qual se pronunciaram os 4.513 executivos e pequenos empresários incluídos na pesquisa.

O Canadá tem as companhias de Suécia e Dinamarca – essa pesquisa não perguntou sobre Noruega ou Suíça, o primeiro e o terceiro melhores países do mundo, segundo o índice de desenvolvimento humano da ONU – quando o assunto é quais países oferecem maior proteção aos direitos humanos ou melhor bem-estar social. A Suécia é o país considerado como o melhor para criar seus filhos e o que está mais de acordo com valores ambientais, enquanto que a Dinamarca encabeça os rankings quando o estudo conclui qual o melhor país para as mulheres, segundo a resposta de 7.000 questionadas (Argélia e Paquistão, os piores), e o mais transparente (México e Paquistão fecham a lista).

Pediu-se a opinião sobre esses 65 tópicos, por respostas a uma pesquisa online, a 16.248 pessoas de 36 países, dos quais 4.513 eram executivos ou pequenos empresários, e outros 8.092 consideram-se de classe média e com educação avançada. O estudo agrupa esses tópicos para dar lugar a vários rankings parciais. E nove deles são utilizados para concluir qual é o país mais bem avaliado, uma classificação liderada pela Alemanha, seguida de Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e Suécia, com o Paquistão, a Nigéria, o Irã, a Ucrânia e a Argélia nas últimas cinco posições.

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