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Mourinho está “acabado”

Após 6 derrotas em 13 jogos, imprensa inglesa dá por selado o destino do técnico, a quem Abramovich teria de pagar quase 200 milhões de reais, a rescisão mais cara da história

Mourinho, em entrevista coletiva.
Mourinho, em entrevista coletiva.Tony O'Brien (REUTERS)

Três vitórias, dois empates e cinco derrotas nas 10 jornadas disputadas do Campeonato Inglês; uma equipe perdida na tabela, a 11 pontos da liderança, a nove da classificação para a Champions e a apenas cinco da zona de rebaixamento; uma sequência ruim também na Champions League, com uma só vitória em três rodadas e a crescente sensação de um desgoverno incontornável no vestiário de Stamford Bridge. A segunda passagem de José Mourinho como treinador do Chelsea, apenas 178 dias depois de se sagrar campeão inglês, parece fadada a um final abrupto e iminente, conforme anunciam, com grande alarde tipográfico, todos os jornais britânicos desde que os Blues caíram no sábado diante do West Ham por 2 a 1.

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“Anarquia e paranoia”, estampou o Mirror depois da sexta derrota em 13 jogos oficiais, numa rodada em que Mourinho foi expulso no intervalo por tirar satisfação com o árbitro Jonathan Moss sobre a expulsão de Matic, a anulação de um gol de Cesc Fàbregas e os cartões amarelos dados ao espanhol e a Diego Costa durante o primeiro tempo. Na segunda-feira, a FA (Federação Inglesa de Futebol) acusou o técnico português de “má conduta” pela linguagem e comportamento demonstrados aos árbitros mais uma vez. Uma espiral caótica, que levou o dono do clube, Roman Abramovich, a expor um ultimato ao seu treinador, com dia e hora marcados: sábado, às 13h45 (hora local). A visita do Liverpool de Jürgen Klopp ao Stamford Bridge marca a linha vermelha para a permanência de Mourinho. Nas quatro vezes em que os dois treinadores se enfrentaram na Champions, Klopp, pelo Borussia Dortmund, ganhou dois, e o Real Madrid, de Mourinho, venceu outra, além de ter havido um empate. A eliminação nas semifinais de 2013, na terceira tentativa frustrada dos merengues de chegar à final europeia, determinou a saída de Mourinho do Real.

“Acabado”, diz a contundente capa que o Mirror dedica ao The Special One, como é conhecido o técnico português, nesta terça-feira. O jornal conta que “os jogadores do Chelsea estão confusos com o comportamento do português” e perderam a “confiança” no técnico. O The Guardian relata que a equipe “entrou numa crise profunda e teve contra o West Ham um rendimento que emanou indisciplina dentro e fora de campo”. Segundo o The Telegraph, a lista de substitutos já tem nomes, com o de Carlo Ancelotti (que ganhou a Liga e a Copa da Inglaterra com os Blues em 2010) e Guus Hiddink (que já dirigiu o Chelsea depois da saída do Scolari em 2009) como alternativas a curto prazo, e Pep Guardiola e Diego Simeone como aspirações no futuro.

O grande obstáculo para desmontar o projeto de Mourinho, que em agosto renovou seu contrato até 2019, é o pagamento de uma rescisão equivalente a 195 milhões de reais, que seria a mais cara da história. Em 20 de setembro de 2007, o português encerrou “de comum acordo” a sua primeira etapa no Stamford Bridge, com seis títulos em três temporadas. Desta vez, com a Copa da Liga e o Inglês de 2015 em seu currículo, o técnico caminha pela corda-bamba neste começo da sua quarta temporada no clube. Mesmo assim, ainda restam seguidores fiéis. “Questionar Mou é como criticar Rafael Nadal. Quem se atreve deveria ter mais respeito (e vergonha)”, comentou ontem à noite, pelo Twitter, o jogador Esteban Granero, ex-Real Madrid, hoje na Real Sociedad.

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