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Cameron qualifica o trabalhista Corbyn de “ameaça à segurança”

Primeiro-ministro britânico responde com um duro tuíte à eleição do novo líder trabalhista

Pablo Guimón
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, durante um discurso em Leeds.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, durante um discurso em Leeds.POOL (REUTERS)

Se alguém tinha alguma dúvida, a lua de mel de Jeremy Corbyn, eleito líder do Partido Trabalhista britânico por esmagadora maioria no sábado, não durou nem 24 horas. Às 10h de domingo (6h em Brasília), David Cameron deu suas peculiares boas-vindas a quem ocupará, a partir de amanhã, o assento em frente ao seu no Parlamento britânico, com um tuíte incendiário em sua conta oficial de primeiro-ministro: “O Partido Trabalhista é agora uma ameaça a nossa segurança nacional, a nossa segurança econômica e à segurança de suas famílias”, escreveu.

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A mesma frase foi enviada pelo Partido Conservador a seus simpatizantes, horas depois da divulgação do resultado da disputa pela liderança da oposição, em um e-mail que seleciona algumas das frases mais polêmicas pronunciadas por Jeremy Corbyn em seus 32 anos de rebelde vida parlamentar. Comentários sobre a morte de Bin Laden – Corbyn qualificou de “tragédia” matá-lo em vez de levá-lo a julgamento, em uma entrevista na televisão iraniana em 2011 – , sobre o Hamas e o Hezbollah – qualificou de amigos alguns de seus representantes em uma manifestação contra a guerra em 2009 – ou sobre as armas nucleares.

Com relação a estas últimas, Tom Watson, eleito no sábado o vice no partido, anunciou em uma entrevista na BBC que tentará se opor à intenção declarada por seu chefe de não apoiar a milionária renovação da frota de submarinos nucleares do sistema Trident, sobre a qual o Parlamento deve decidir no próximo ano. Mas, na mesma entrevista, Watson, cujo papel será crucial para apaziguar as eventuais disputas internas na bancada partidária trabalhista no Parlamento, afirmou que há “zero possibilidade” de Corbyn cair em consequência de uma rebelião interna.

Uma pesquisa expressa publicada na manhã de domingo pelo Mail on Sunday, realizada pouco depois da eleição do líder, perguntava se os cidadãos acreditam que os trabalhistas perderão as próximas duas eleições. Dos entrevistados, 39% opinaram que sim e 22%, que não. Mas talvez o mais significativo – e alentador para a nova equipe – seja o elevado número (39%) que, apesar do bombardeio recente na imprensa sobre a incapacidade de Corbyn para governar o país, respondeu que não sabia.

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