Venezuela fecha fronteira com Colômbia após ataque a militares
Maduro decretou fechamento da fronteira por pelo menos 72 horas Três militares venezuelanos e um civil ficarem feridos
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou o fechamento da fronteira com a Colômbia por pelo menos 72 horas, depois que três militares venezuelanos e um civil ficaram feridos em um incidente em San Antonio del Táchira (sudeste do país), na noite de quarta-feira. O Governo de Caracas qualificou o ocorrido como uma “emboscada”.
Os militares venezuelanos realizavam uma incursão contra o chamado “contrabando de extração” –a transferência de produtos subsidiados da Venezuela para mercados colombianos, onde se paga muito mais por eles. Segundo a versão oficial, as tropas cercavam um armazém onde se guardava a mercadoria quando foram atacadas pela retaguarda com armas grandes “por uma dupla em uma moto, muito ao estilo paramilitar”, como relatou Maduro em uma conversa por telefone com o canal estatal venezuelano VTV.
O ataque ocorreu no bairro de Simón Bolívar, em San Antonio del Táchira, cidade encostada na fronteira com a Colômbia e próxima de Cúcuta, capital do departamento colombiano de Norte de Santander. De acordo com os primeiros relatos, ficaram gravemente feridos os tenentes do Exército venezuelano Daniel Veloz e Alexis Rodríguez. Um cabo e um civil também sofreram ferimentos a bala, com menor gravidade.
O presidente Maduro afirmou que os responsáveis serão procurados “até sob as pedras”, e justificou o fechamento temporário da fronteira com a Colômbia como parte desse esforço. Ele ainda pediu a colaboração das autoridades do país vizinho para capturar os atacantes “caso eles atravessem para lá”.
O incidente poderia ocasionar novos atritos nas relações entre Caracas e Bogotá, sempre frágeis e suscetíveis a qualquer estímulo desde que o chavismo chegou ao poder, em 1999.
Em 2014, o Governo de Maduro declarou guerra ao contrabando de extração, ao qual atribui o desvio para a Colômbia de até 40% dos bens oferecidos no mercado venezuelano, e ao qual acusa de fazer parte da chamada “Guerra Econômica” contra o regime revolucionário de Caracas.
A pressão das autoridades militares venezuelanas sobre o trânsito de pessoas e mercadorias pela fronteira binacional, uma das mais movimentadas em toda a América do Sul, tem prejudicado a população local –principalmente a do lado colombiano, cujo bem-estar depende muito da atividade econômica do lado venezuelano.
Vários protestos têm ocorrido tanto na fronteira sul, entre Táchira e Norte de Santander, como na setentrional, entre o Estado venezuelano de Zulia e o departamento colombiano de La Guajira. Caracas continua culpando os imigrantes de origem colombiana de “importarem” novas modalidades de crime ao país, enquanto avança com uma intensa campanha de deportação desses cidadãos.
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