Um milhão de argentinos viajam ao Paraguai para ver o Papa Francisco
Governo argentino prevê que um milhão e meio de viajantes vão às missas do Papa
Nunca antes tantas pessoas cruzaram a fronteira dos dois países em tão poucas horas, mas Jorge Bergoglio, que nunca teve tanto poder de convocatória durante seus 15 anos como arcebispo de Buenos Aires, está revolucionando a fé de seus conterrâneos.
“Trazemos pedidos de nossa gente para o Papa… é argentino e queremos mostrar que o amamos”, conta Adela, de 57 anos, moradora de Villa Soldati, um bairro popular de Buenos Aires no qual Bergoglio fundou uma paróquia. Foi ali que o conheceu: “Eu conversava muito com ele. É muito amável. É verdade que antes havia gente que não ficava em suas missas, mas agora ele está mais conhecido e gostam mais dele. Sempre pensou que todos os pecadores são necessitados, mas está mudando, ser Papa o ajudou a crescer e está mostrando que na Igreja não temos que ser tão fechados. Ele sempre teve essa meta, mas agora pode fazer coisas em todo o mundo”, opina Adela, uma entre tantos que viajaram da capital argentina à paraguaia.
Muitos vão de carro e ônibus, outros vão de avião. Também se aproximam os que vivem nas províncias argentinas que fazem fronteira com o Paraguai, como Formosa, Corrientes e Misiones.
Reunião com Kirchner
O sacerdote Juan Isasmendi organizou uma viagem de 180 peregrinos da Villa 21, uma favela de Buenos Aires que Bergoglio costumava visitar. “Vieram argentinos, paraguaios e bolivianos que vivem na favela. Não vamos só pelo Papa Francisco, já fomos inumeráveis vezes de missão ao Paraguai pois somos movidos pela fé. Mas o Santo Padre é muito próximo a nós, conhece nossas casas, os becos da favela, comeu conosco. A maioria dos 180 já o conhece”, explica Isasmendi. O padre reconhece que quando era arcebispo “foi pouco escutado, pouco aproveitaram sua santidade, mas ninguém é profeta em sua terra e agora todos querem vê-lo, é uma lógica muito humana”. Claro que Francisco se atreveu como Papa a falar coisas e impulsionar mudanças que estavam ocultas detrás daquele cardeal austero e comprometido que foi.
O sacerdote Juan Isasmendi organizou uma viagem de 180 peregrinos da Villa 21, uma favela de Buenos Aires que Bergoglio costumava visitar.
Os Governos de Horacio Cartes e de Cristina Kirchner dispuseram medidas especiais para agilizar o trânsito dos argentinos de todas as classes sociais que viajam para ver o Papa. Dezenas de comerciantes se instalaram na fronteira para vender seus produtos. A própria Cristina Kirchner, que antes mantinha uma relação distante com Bergoglio por temas como o casamento gay e a corrupção, viajará ao Paraguai para se encontrar com ele pela quinta vez desde que se tornou Papa, e também desde que suas críticas ao capitalismo selvagem começaram a ser escutadas em todo o mundo. Nenhum outro chefe de Estado se encontrou tanto com ele.
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