Aécio Neves vai visitar presos políticos venezuelanos
“Vamos suprir a vergonhosa omissão do Governo Dilma frente à escalada autoritária”, disse
O senador Aécio Neves (PSDB), candidato derrotado à presidência nas eleições de outubro, viajará para Caracas no dia 17 de junho como líder de uma comissão externa do Senado para “averiguar a situação” dos dois principais oposicionistas venezuelanos presos em Caracas, Leopoldo López e Antonio Ledezma, segundo afirmou o jornal Folha de S. Paulo. “Vamos suprir a vergonhosa omissão do Governo da presidente Dilma (Rousseff) frente à escalada autoritária na Venezuela”, disse Aécio.
O líder do PSDB sempre se mostrou crítico em relação ao Governo brasileiro por sua aproximação política com Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Nos últimos meses, repreendeu o Executivo por sua “omissão” em relação à situação de López e Ledesma (e dos mais de 90 presos políticos venezuelanos).
As esposas de ambos, Lilian Tintori e Mitzy Ledezma, estiveram no Brasil em maio para chamar a atenção sobre a situação política venezuelana. “Sabemos que a presidenta [Dilma Rousseff] é sensível à questão dos direitos humanos, à tortura e à prisão injusta... [São assuntos] que ela conhece muito bem”, disse Tintori na ocasião, referindo-se ao fato de que Dilma foi torturada durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985).
Ambas estiveram com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, que também prometeu juntar-se à iniciativa do ex-presidente espanhol Felipe González para defender os presos políticos venezuelanos; depois, ambas foram ao Senado para relatar as dificuldades políticas de seus maridos.
No Brasil, o PT sempre apoiou o governo chavista. Não é assim com o Ministério das Relações Exteriores e o Governo, que sempre foram mais cautelosos e fizeram críticas veladas. Tanto o Governo como o Ministério das Relações Exteriores sempre insistiram, porém, que a Unasul (União das Nações Sul-Americanas) deveria mediar o conflito venezuelano. Em uma entrevista prévia, concedida antes da última Cúpula das Américas, que aconteceu em abril, Dilma disse, referindo-se à Venezuela: “Não pensamos que a melhor maneira de se relacionar com a oposição seja prendendo alguém”.
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