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O kirchnerismo arrasa no primeiro teste: as primárias de Salta

Candidato governista vence o da oposição nas primeiras eleições de longo ano eleitoral

C. E. C.
Urtubey e Scioli (segundo à direita), no domingo.
Urtubey e Scioli (segundo à direita), no domingo.Julian Alvárez (EFE)

O primeiro teste de um longo ano eleitoral que mudará o mapa político da Argentina trouxe uma boa notícia para Cristina Kirchner e o governo. As primárias em Salta, uma província do norte da Argentina com 1,2 milhão de habitantes, terminaram com uma clara vitória do atual governador, o kirchnerista Juan Manuel Urtubey, sobre o ex-governador e senador Juan Carlos Romero, peronista dissidente apoiado por Sergio Massa. Urtubey ganhou por 47,2% contra 33,6%.

A eleição na Argentina tem evidentes chaves locais – os dois principais opositores governaram a província nos últimos 20 anos – mas também nacionais, tanto que todos os presidenciáveis fizeram dela um teste importante para conferir o estado de ânimo dos eleitores argentinos depois do caso Nisman, que causou comoção e afetou negativamente os governistas, e depois do grande pacto entre vários opositores para formar um bloco mais sólido de alternativa ao peronismo.

As primárias (PASO) na Argentina são uma espécie de primeiro turno, a votação é obrigatória a todos os cidadãos, e não só aos militantes e simpatizantes. Por isso constituem um teste importante antes das eleições definitivas, que no caso de Salta serão em 17 de maio. As primárias presidenciais, previstas para agosto, são consideradas a eleição chave que marcará as eleições definitivas de 25 de outubro.

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Para mostrar a importância do teste de Salta basta assinalar que parte importante do Governo foi até lá celebrar a vitória do candidato governista, além dos dois candidatos que brigam para ser os sucessores de Kirchner, Daniel Scioli e Florencio Randazzo. “Este é o apoio à gestão de Urtubey, que sempre apoiou as políticas da presidência da nação. É um bom começo para o calendário eleitoral”, afirmou Randazzo, ministro do Interior argentino, que se esforça para ser o escolhido da presidenta. Ninguém queria deixar de aparecer na foto da vitória.

O peronismo, oficial (Kirchner ou Scioli) ou dissidente (Massa), mantém uma enorme força eleitoral

O vencedor, Urtubey, também quis aproveitar para lançar uma mensagem de agradecimento à presidenta: “Enfrentou firmemente o poder econômico contra a expressão da pluralidade democrática através dos partidos”, disse logo após saber o resultado. Kirchner, muito criticada por importantes setores da sociedade, mantém uma boa avaliação nas pesquisas, mais de 40% de votos positivos, e é muito popular especialmente entre as classes mais desfavorecidas da sociedade, que aplaudem sua política social.

A eleição mostra outra constante que as pesquisas em todo o país também indicaram nas últimas semanas: o peronismo, oficial (Kirchner ou Scioli) ou dissidente (Massa), mantém uma enorme força eleitoral. A única alternativa importante, liderada pelo prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, encontra sérias dificuldades fora da capital e em províncias como Salta e outras. Nas primárias da capital provincial, Salta, havia na última hora um triplo empate entre os candidatos de Scioli, Massa e Macri, similar ao que as pesquisas apontam entre eles nas presidenciais, mas também ficou evidente que a união destes dois últimos, que acontecerá em Salta – mas não nas presidenciais – levará claramente a capital ao governo.

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