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Quênia congela contas de supostos mecenas da Al Shabab após ataque

Governo tenta cortar o financiamento da milícia responsável pelo ataque em Garissa

Tolanaro (Madagascar) -
Mulher protesta contra o ataque de Garissa em Nairobi.
Mulher protesta contra o ataque de Garissa em Nairobi.THOMAS MUKOYA (REUTERS)

O governo do Quênia ordenou o congelamento de 86 contas bancárias de pessoas e entidades supostamente ligadas ao financiamento do terrorismo e da milícia Al Shabab, autora do recente ataque no campus universitário de Garissa, no leste do país, que fez ao menos 148 mortos. A lista negra é encabeçada por Mohamed Kuno –conhecido como ambidestro, identificado como o mentor dos ataques de Garissa– e continua com nomes de empresas e associações.

Nairóbi quer paralisar o fluxo de dinheiro que alimenta a milícia embora existam nomes na lista que são questionados e a suspensão de algumas das atividades financeiras mencionadas “pode ter um efeito devastador” para a grande comunidade somali no Quênia, de acordo com o presidente do Banco Central da Somália, Bashir Issa Ali.

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Bashir refere-se às 13 empresas de envio de dinheiro cujas licenças foram cassadas. Muitas famílias somalis no Quênia dependem da “importante quantidade de dinheiro” enviada por parentes do exterior, afirma Bashir. Os sistemas de transferências informais, os chamados hawala, são amplamente utilizados entre os somalis. Agilizam e barateiam o envio de remessas, mas também dificultam o controle dos fluxos de dinheiro.

As agências de transferência de dinheiro afetadas já avisaram que levarão o assunto à justiça se o Governo não lhes der uma explicação e revogar o movimento.

A polícia do Quênia prendeu até agora 14 homens suspeitos de contribuir para a preparação do massacre de Garissa. Eles estão sob custódia em várias delegacias de polícia em Nairobi, com exceção de Rashid Charles Mberesero, de nacionalidade tanzaniana, que acompanhou os investigadores a Garissa para cooperar com a investigação, segundo o jornal Daily Nation. Entre os detidos há um homem de nacionalidade iemenita, um ugandês e o dono do hotel em que pernoitaram alguns milicianos antes de realizar o massacre.

Quase uma semana depois da tragédia, alguns pais ainda não encontraram seus filhos. Em uma penosa busca por necrotérios e hospitais, os familiares tentam localizar os estudantes ausentes. O governo ainda não divulgou a lista de vítimas e há corpos não identificados.

A sociedade queniana está se dedicando a dignificar a memória das vítimas. A campanha “147 não é apenas um número”, em relação ao número inicial de vítimas, na rede social Twitter, está reconstruindo imagens das vidas perdidas em Garissa. Cada jovem assassinado no atentado é citado, suas fotos são postadas e suas histórias pessoais são compartilhadas. Na noite de terça-feira, a vigília foi realizada no centro de Nairóbi.

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