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UE pede ajuda aos gigantes da Rede para combater o terrorismo ‘online’

Representantes da União Europeia se reúnem com Facebook, Twitter, Google e Microsoft

Lucía Abellán

A União Europeia tentará convencer os gigantes da Internet a colaborar contra o que considera sua maior ameaça: os jihadistas europeus. Os ministros do Interior dos 28 Estados membros e a Comissão Europeia terão, na quarta-feira, um jantar fechado com representantes das grandes companhias tecnológicas, amplamente utilizadas pelos radicais para difundir mensagens e recrutar adeptos. Depois do encontro, os encarregados do Interior acelerarão os planos para intensificar o combate a esse fenômeno. As autoridades europeias estimam que mais de 3.000 combatentes oriundos da UE viajaram ao Oriente Médio.

Os responsáveis pela luta antiterrorista chegaram à conclusão de que não é possível combater de maneira eficaz os jihadistas na Europa sem a colaboração das grandes companhias da Internet. Por esse motivo, a comissária europeia do Interior, Cecilia Malmström, e a presidência rotativa do Conselho Europeu – que representa os Estados membros –, atualmente exercida pela Itália, organizaram pela primeira vez um encontro com o setor, segundo confirmou ao EL PAÍS um porta-voz do Executivo da UE. Membros da alta diretoria do Facebook, Twitter, Google e Microsoft participarão do jantar, asseguram as fontes.

O encontro será em Luxemburgo, onde os ministros se reúnem no dia seguinte para coordenar suas estratégias antiterror. Os representantes da UE pedirão que essas empresas ajudem a detectar rapidamente conteúdos de apologia ao terrorismo (por exemplo, vídeos de jihadistas ou mensagens de apoio a esses grupos nas redes sociais). Em seguida, as autoridades procurarão criar um mecanismo de alerta comum para atuar de maneira imediata.

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Além de isolar as mensagens negativas, Bruxelas tenta gerar um discurso na Web para dissuadir os potenciais radicais de se engajarem nessa atividade. Os participantes do jantar trocarão impressões sobre como estimular a difusão dessa mensagem pelas redes sociais. Essa segunda via de atuação exige a participação de grupos com capacidade de influência sobre os potenciais jihadistas (por exemplo, comunidades muçulmanas interessadas em se distanciar do radicalismo).

Depois de reunir-se com os gigantes da Internet, o coordenador europeu da luta antiterrorista, Gilles de Kerchove, apresentará na quinta-feira um documento com propostas para acelerar os planos dos países membros. Entre elas, uma maior pressão dos Estados sobre seus europarlamentares para que a Eurocâmara aprove um projeto considerado crucial para detectar os jihadistas que viajam para a Síria ou o Iraque. Trata-se do registro europeu de passageiros, que o Parlamento vê com ressalvas porque afeta a privacidade dos viajantes.

De Kerchove também pedirá aos ministros que explorem ao máximo os meios de controle de passageiros permitidos no marco do Acordo Schengen de livre circulação de pessoas. Essa regulamentação impede verificações sistemáticas, mas oferece a possibilidade de incrementá-las sob determinadas circunstâncias.

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