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Cameron adverte que a independência da Escócia “não tem volta”

O primeiro-ministro britânico oferece uma descentralização de poderes sem precedentes

Agencias El País
Edimburgo / Madri -
O primeiro-ministro britânico, em Aberdeen.
O primeiro-ministro britânico, em Aberdeen.B. STANSALL (AFP)

Três dias antes do referendo independentista da Escócia, em 18 de setembro, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, protagonizou um emotivo discurso para instar a população escocesa a permanecer dentro da “família de nações” do Reino Unido. De Aberdeen, centro nevrálgico da indústria petrolífera no Mar do Norte, Cameron foi firme em dizer que se a Escócia votar a favor da secessão não será “uma separação amigável”, mas um “divórcio doloroso” do qual “não haverá volta”.

Cameron já frisou em várias ocasiões a incerteza econômica que uma secessão implicaria, já que “a libra esterlina, as aposentadorias e os passaportes” desapareceriam. Entretanto, usou um tom mais emotivo nessa ocasião, ressaltando os “valores britânicos como a igualdade, liberdade e justiça” e relembrando que “as quatro nações [Inglaterra, Gales, Irlanda do Norte e Escócia]” juntas lideraram a revolução industrial e derrotaram a Alemanha nazista. “Por favor, não deixem que ninguém lhes diga que não podem ser um escocês orgulhoso e um britânico orgulhoso. Não percam a fé no que somos e no que podemos ser. Não deem as costas para a melhor família de nações do mundo”, implorou Cameron.

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O primeiro-ministro pediu ao eleitorado escocês, cidadãos maiores de 16 anos, que não se deixem levar pela frustração do Executivo: “O Governo não será para sempre. Se vocês não gostam de mim, não estarei no poder para sempre. Mas se deixarem o Reino Unido, será para sempre”. Cameron se comprometeu a oferecer “um programa sem precedentes de descentralização de poderes”. O primeiro-ministro assegurou que escolher o não na consulta desta quinta-feira não será um voto a favor do status quo, mas “um voto a favor da mudança, mais rápida, justa e segura”.

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