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O governador do Missouri mobiliza a Guarda Nacional

A autópsia solicitada pela família revela que o falecido recebeu seis tiros, dois na cabeça

A polícia no subúrbio de San Luis. / AFP | VÍDEO: REUTERS-LIVE!Foto: reuters_live

O governador do Missouri, Jeremiah (Jay) W. Nixon, ordenou nesta segunda-feira a mobilização da Guarda Nacional (a guarda do Estado) para enfrentar os distúrbios desencadeados na cidade de Ferguson depois que um policial matou a tiros o jovem negro Michael Brown, de 18 anos. Nixon deu plenos poderes à polícia de trânsito para fechar ruas e restringir os movimentos a fim de “manter a paz e a ordem”. Além disso, a autópsia solicitada pela família do rapaz morto revelou, em seu resultado preliminar, que Brown recebeu seis tiros à média distância, dois deles na cabeça, segundo revelou o jornal The New York Times.

O governador pediu a mobilização das unidades da Guarda Nacional do Estado que sejam necessárias para “proteger as vidas e as propriedades dos cidadãos de Ferguson”. Nixon se ampara na declaração de estado de emergência e alega que a capacidade das autoridades locais se esgotou com os distúrbios.

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O corpo do jovem, cuja morte desencadeou os maiores protestos raciais em quase um século nessa região do Meio Oeste dos EUA, apresentava vários tiros no braço direito, no pescoço, no peito e dois na cabeça: um no olho direito e outro na parte superior do crânio. A autópsia sugere que os tiros foram dados de frente e à meia distância, segundo o jornal citado.

O promotor geral Eric Holder pediu que uma equipe médica federal realize uma segunda autópsia no corpo do jovem, “devido às circunstâncias extraordinárias que envolvem o caso e ao pedido da família de Brown”, segundo informou neste domingo o porta-voz do Departamento de Justiça, Brian Fallon.

O porta-voz disse que a autópsia será realizada “o quanto antes”, e também afirmou que os funcionários do Departamento de Justiça que trabalham no caso levarão em conta o exame realizado pelas autoridades estatais para sua investigação. O advogado da família, Anthony Gray, considerou essa ação um sinal “alentador” de que a investigação independente está avançando “e isso é o que a família queria”, afirmou.

O jovem de 18 anos desarmado foi baleado por um policial identificado como Darren Wilson, no último 9 de agosto, em um encontro sobre o qual a versão policial e as testemunhas divergem.

A morte do jovem em um aparente caso de violência policial com tons racistas desatou uma onda de protestos com tumultos que, na noite de sábado para domingo, acabou com um ferido grave e sete presos, apesar do toque de recolher decretado pelo governador Jay Nixon.

Dezenas de pessoas desafiaram o toque de recolher em sua primeira noite no sábado passado, depois de uma semana de saques e protestos.

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