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Por que todos os mosquitos me picam?

A explicação definitiva da atração desses insetos e o ‘ranking’ dos melhores métodos para evitar suas picadas

(Clique no botão que aparece sobre a imagem para se colocar na situação).

É julho, de noite, o calor o asfixia, e ele abre a janela buscando alguma brisa. É então, num momento do cochilo, que um desagradável zumbido espreita o seu ouvindo, perturbando a paz. Esse Davi pode com Golias, pois os mosquitos precisam alimentar-se de sangue para sobreviver. E embora a picada não represente nada mais do que um incômodo localizado, não parece nada atraente sucumbir ao destino.

“Este verão escutamos falar da febre de chikungunya, importada do Caribe [febre alta, fortes dores nas articulações, mal-estar geral e irrupções cutâneas], que é inoculada pelo mosquito tigre (Aedes albopictu) e que foi trazida à Espanha, com vários casos na Catalunha", diz Sergio Vañó, dermatologista do hospital Ramón y Cajal, e professor de Dermatologia na Universidade de Alcalá de Henares, em Madri. Com exceção de casos como esse, extremamente raros, a reação a uma picada de mosquito é uma inflamação pele, “mais acentuada naquelas pessoas que têm hiperestimulado o sistema de mastócitos e eosinófilos (células encarregadas das reações alérgicas)”, explica Vañó; "E também nos pacientes atópicos –com tendência a ter reações alérgicas – e com mastocitoses.”

Mas por que eles gostam mais de picar umas pessoas do que outras? Existem diferentes fatores:

  1. O grupo sanguíneo. "O tipo O é o seu preferido", explica Diego Hoyos, farmacêutico e diretor de treinamento dos Laboratórios Phergal
  2. A gravidez e o excesso de peso... “Os mosquitos são atraídos pelo dióxido de carbono” que produzimos ao respirar, acrescenta Hoyos. “Os níveis de CO2 aumentam nos adultos, grávidas e pessoas com excesso de peso.”
  3. O suor. Os mosquitos têm 27 receptores do odor e “o ácido lático que o suor contém ativa seus radares”, afirma Arantza Vega, doutora membro do comitê de Alergia a Himenópteros da Sociedade Espanhola de Alergologia e Imunologia Clínica (SEAIC). “Essa substância, com o dióxido de carbono, é um indicador de que somos mamíferos e, portanto, podemos proporcionar sangue.” Produzem mais ácido lático: as grávidas, as pessoas altas ou quem acaba de fazer exercício.

Como podemos reduzir nosso atrativo natural para os mosquitos? Levando em conta os três fatores anteriores, convêm lavar-se antes de dormir e não fazer exercício nas horas próximas do sono. Mas, sobretudo, com um bom repelente. “Nas zonas tropicais”, conta Sergio Vañó, referindo-se a relatos locais, “dizem que o melhor é a comida picante. Mas, claro, isso não tem nenhuma base científica.”

Além de se entrincheirar atrás de um mosquiteiro, quais são os repelentes que funcionam melhor?

  • Spray de uso tópico. "Podem ser feitos de produtos sintéticos ou naturais”, observa Arantza Vega. “Como sintético o mais usado é o DEET, que também é o mais eficaz e tem efeito durante umas 7 horas.” Os naturais são feitos com base em óleos essenciais “como citronela ou óleo de eucalipto”. Sua eficácia é menor, bem como sua duração, “mas eles têm a vantagem de ser inócuos para as pessoas e o meio ambiente. Atuam transformando nosso odor em outro que não é atraente para os mosquitos. Desse modo, nos tornamos invisíveis para eles.
  • Aparelhos para tomadas e pulseiras. Emitem odor e seu funcionamento é semelhante ao dos repelentes tópicos, “mas têm de ser colocados perto de nós para que sejam eficazes”, diz Vega. “As pulseiras só cobrem uma pequena área ao redor”, por isso só protegem a área próxima de onde for colocada, ao contrário dos repelentes tópicos, “que formam uma barreira para toda a pele não coberta”.
  • Sons de alta frequência (aplicativos móveis e aparelhos com tomada). "O uso de sons de alta frequência para repelir insetos foi pesquisado em vários estudos”, afirma Arantza Vega. “Os resultados mostram escassa eficácia em relação a diferentes tipos de insetos usando ondas com frequência de 5-20 KHz, por isso o seu uso é muito questionado.

Seguindo essas recomendações você poderá combater esses incômodos insetos sem deixar de desfrutar o tempo bom. E sem necessidade de enrolar-se nos lençóis para evitar mordidas nem abusar dos aerossóis.

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