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Um júri dos EUA declara o clérigo Abu Hamza culpado por terrorismo

O imã da polêmica mesquita londrina de Finsbury Park, extraditado para os Estados Unidos em 2012, pode ser condenado à prisão perpétua

Yolanda Monge
Abu Hamza Al Masri, responde a perguntas de seu advogado no julgamento em Nova York.
Abu Hamza Al Masri, responde a perguntas de seu advogado no julgamento em Nova York.REUTERS

Um júri de oito homens e quatro mulheres declarou o clérigo islamita Abu Hamza Al Masri culpado por terrorismo no julgamento dele, em andamento há quatro semanas em Nova York. Cego de um olho e sem antebraços, em decorrência de explosivos no Paquistão, ele que foi imã da mesquita de Finsbury Park (Londres) era acusado de participação no sequestro de 16 turistas –dois deles norte-americanos – no Iêmen; de pretender criar um campo de treinamento de jihadistas nos EUA; e de “fomentar uma violenta jihad” no Afeganistão.

Segundo os advogados do clérigo, seu cliente nunca participou de nenhuma conspiração e foi acusado por causa da linguagem incendiária que caracterizava seus discursos na mesquita londrina e por ser uma figura-chave do chamado Londonistão, nome dado às redes islamitas que surgiram na capital britânica no final dos anos noventa. Abu Hamza foi acusado de terrorismo no ano de 2004 nos Estados Unidos, citado por seu nome real, Mustafa Kamel Mustafa, e em 2012 extraditado pelo Reino Unido. Abu Hamza, que se referiu ao falecido líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, como um “herói”, tentou evitar sem sucesso sua extradição pelo Reino Unido.

Com 56 anos, o imã é de origem egípcia –casado três vezes e com nove filhos– e chegou à Inglaterra em 1979 aos 21 anos de idade porque “queria ter uma vida ocidental, no estilo estadunidense”. Na argumentação final da acusação, o promotor disse que Abu Hamza não deixou escapar nenhuma oportunidade de apoiar a jihad em todas as partes do globo, do Afeganistão ao Iêmen e EUA.

O acusado poderá ser condenado à prisão perpétua. A condenação do imã é a segunda contra terrorismo obtida nos últimos três meses pelo promotor de Manhattan Preet Bharara, que conseguiu que um júri declarasse culpado por terrorismo um genro de Osama Bin Laden, Suleiman Abu Ghaith.

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