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Bolívia e Brasil estudam aumentar o comércio de gás

Os ministros de Relações Exteriores de ambos os países se reúnem em Cochabamba para revisar a agenda bilateral

Os ministros de Relações Exteriores do Brasil e Bolívia.
Os ministros de Relações Exteriores do Brasil e Bolívia.Jorge Abrego (EFE)

Brasil e Bolívia começaram a fazer aproximações para deixar de lado suas diferenças diplomáticas. Os ministros de Relações Exteriores de ambos os países se reuniram na cidade de Cochabamba, na Bolívia, para revisar vários temas da agenda bilateral, entre eles a criação de uma comissão que estudará o incremento da venda de gás boliviano ao mercado brasileiro. Os dois diplomatas coincidiram ao dizer que o encontro foi “bastante interessante”. As tensões entre Brasil e Bolívia começaram em 2013 depois que o Brasil desse refúgio a políticos opositores à presidência de Evo Morales. 

A visita do ministro brasileiro Luis Alberto Figueiredo foi inesperada. A reunião estava programada previamente para dia sete de abril, mas permitiu aos ministros efetuar uma revisão de alguns dos temas de interesse bilateral e regional, informou o chanceler boliviano, David Choquehuanca.

As relações diplomáticas entre as nações vizinhas refletiram tensões de 2013, quando o Brasil concedeu asilo ao senador opositor Roger Pinto e, há poucas semanas ao ex-promotor Marcelo Sosa.

Os cidadãos bolivianos demonstraram mal-estar pelas graves inundações do norte do país. Especialistas de meio ambiente, tanto da Bolivia como do Brasil, atribuem a grave situação do estado boliviano Beni aos efeitos das represas hidroeléctricas sobre o rio Madeira. Este tema, no entanto, não foi mencionado pelos chanceleres, que se focaram na venda de gás boliviano e no tráfico de drogas. 

Ambos os ministros fizeram um acordo para a formação de mesas trabalho, nas quais equipes de especialistas dos dois países elaborarão propostas concretas destinadas a fortalecer as relações bilaterais. Estas propostas serão levadas à consideração dos chanceleres. “Abordamos, também, temas referentes ao fortalecimiento do processo de integração regional”, acrescentou Choquehuanca.

O presidente da petroleira estatal boliviana, Carlos Villegas, informou que Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e Petrobras conformarão uma mesa técnica específica para trabalhar na ampliação da venda de gás a Cuiabá (Brasil).

O ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, destacou a vontade da Bolívia e do Brasil de compatibilizar, nos próximos anos, um sistema de comunicação encriptado para o uso das forças encarregadas da luta contra o tráfico de drogas em ambos os países.

A delegação brasileira foi presidida pelo chanceler Figueiredo e integrada pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o assessor da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e o diretor de Gás da Petrobras, José Santoro. A comitiva anfitriã foi encabeçada por Choquehuanca, que foi acompanhado pelos ministros da Presidência, de Hidrocarbonetos, Juan José Sosa e o presidente da YPFB, Carlos Villegas.

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