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A notícia de uma amante secreta irrita Hollande

Revista ‘Closer’ mostra fotos das supostas escapadas noturnas do presidente francês Hollande considera tomar medidas legais contra a publicação francesa por intromissão em sua vida particular

Montagem da atriz Gayet e Hollande./V.H.T.S.(AFP)|VÍDEO:REUTERSFoto: reuters_live

O rumor começou em janeiro do ano passado, mas nesta sexta-feira a revista de fofocas Closer converteu em notícia ao publicar uma ampla reportagem de sete páginas com uma profusão de fotos e o título “o amor secreto do presidente”. As imagens mostram François Hollande chegando de moto ao apartamento parisiense da atriz Julie Gayet, de 41 anos. De acordo com a revista, o chefe de Estado “tem o hábito de passar as noites na casa de Gayet”, e um de seus guarda-costas “guarda segredo sobre os encontros com a atriz e leva, inclusive, os croissants”.

Falando em seu próprio nome e não como presidente, Hollande disse nesta sexta-feira que “lamenta profundamente os ataques” à sua vida privada, “à qual tem direito como todos os cidadãos”, e acrescentou que está considerando apresentar uma queixa legal. Enquanto isso, Gayet já havia feito uma denúncia em 18 março de 2013 no Ministério Público de Paris para tentar identificar os autores do boato sobre sua suposta relação com Hollande.

Oficialmente, o chefe de Estado francês, de 59 anos, mantém uma relação com a glamorosa jornalista Valérie Trierweiler, de 48 anos, depois de ter vivido muito tempo com Ségolène Royal, com quem tem quatro filhos.

A capa da revista 'Closer'.
A capa da revista 'Closer'.AP

A diretora da Closer, Laurence Pieau, justifica, em entrevista à rádio France Info, a publicação das informações sobre a vida privada do chefe de Estado que estavam sendo comentadas há muito tempo de forma mais ou menos aberta em círculos jornalísticos, dizendo que os cidadãos têm “direito a saber”.

De acordo com a Closer, a amizade entre Hollande e Gayet começou em 2012, quando ela participou de um vídeo da campanha presidencial do político socialista no qual qualificava o candidato de “humilde”, “formidável” e “disposto a ouvir todo mundo”. A revista também se baseia em referências na imprensa ao suposto relacionamento de Hollande, começando com a L'Express, que em 18 de dezembro publicou que “o chefe de Estado organiza escapadas discretas” saindo do Palácio do Eliseu, algumas vezes, por uma porta de trás no jardim.

Em uma nota, o advogado de Gayet, Vincent Toledano, disse que os rumores são infundados. A atriz de cinema e televisão, que já apareceu em mais de 50 filmes, é mãe de dois filhos.

As primeiras reações políticas indicam que colegas de Hollande defendem a privacidade do presidente. O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, disse que Hollande tem “todo o direito de exigir o respeito por sua vida privada”. Até mesmo a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, correu para ajudar o chefe de Estado afirmando que fica chocada com “qualquer ataque à privacidade” e acrescentou com alguma malícia: “Se a sua imagem foi degradada hoje é porque os meios de comunicação revelam essas informações”, e não por sua relação com Gayet.

De acordo com Le Pen, a única questão em jogo é saber se “a amante é mantida com o dinheiro público”, o que, em sua opinião, não é o caso. “No que diz respeito ao presidente, a partir do momento que isso não custe um centavo ao contribuinte, como pode ter sido o caso durante o mandato de François Mitterrand, eu acredito que todos têm direito à sua privacidade”.

O deputado Bruno Le Roux, presidente do Grupo Socialista na Assembleia Nacional, resolveu a questão, dizendo que “este é um assunto totalmente particular” e que “a política não se faz na imprensa lixo". “Não me surpreende que a reportagem tenha aparecido neste tipo de mídia”.

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