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A América em 2013 por meio de dez vídeos

Uma revisão das imagens e dos acontecimentos mais importantes deste ano no continente

Mari Luz Peinado
Cristina Fernández na sua mensagem de retorno.
Cristina Fernández na sua mensagem de retorno.CASA ROSADA

Se uma imagem vale mais que mil palavras, um vídeo pode resumir até um ano inteiro. Neste caso, escolhemos 10 vídeos para contar 2013 na América, desde a maratona de Boston até a reincorporação à vida política de Cristina Fernández após sua operação. Política, esportes e cultura em um ano cheio de notícias em imagens.

1. Nicolás Maduro anuncia a morte de Chávez

5 de março. Com uma camisa branca e escoltado por uma dezena de pessoas, Nicolás Maduro, então vice-presidente de Venezuela, anuncia pela televisão a morte de Chávez em Havana após dois anos de doença. "Às quatro e vinte e cinco da tarde de hoje, 5 de março, faleceu o comandante presidente Hugo Chávez Frías", foi a frase que Maduro pronunciou quase entre lágrimas e com a voz embargada. Assim começou um novo capítulo na história do país. Um mês e dez dias depois, com o país ainda chorando o presidente falecido, Maduro foi eleito nas urnas como novo presidente.

2. Atentado na maratona de Boston

15 de abril. O relógio da chegada da maratona de Boston marcava 4 horas, 9 minutos e 43 segundos quando um artefato explodiu entre as filas do público. Dez segundos depois uma segunda bomba detonou nas redondezas do hotel Fairmont Copley Plaza, onde se encontrava a organização da maratona. Por trás do atentado, que causou três mortos e mais de 260 feridos, estavam os irmãos Tsarnaev - Dzhokar, de 19 anos, e Tamerlán, de 26 - dois jovens russos de origem chechena. Tamerlan morreu durante um tiroteio com polícia no dia 19 de abril, quando os dois irmãos tentavam fugir. Dzhokar acabou preso após uma espetacular operação em Watertown, cidade próxima de Boston, no dia 20 de abril.

3. Springsteen canta Víctor Jara

12 de setembro. 40 anos e em um dia após o golpe de Estado de Pinochet, que derrubou o Governo de Salvador Allende, Bruce Springsteen fez um show em Santiago do Chile. O concerto se converteu em uma homenagem às vítimas da ditadura chilena quando o Boss entoou em castelhano Manifiesto, uma canção emblemática do cantor Víctor Jara. Foi um dos mais emotivos atos de lembrança das vítimas que aconteceram no Chile em 2013.

4. Humilhação no México

24 de julho. Um dos vídeos mais vistos e que mais polêmica gerou no México neste ano revela a desigualdade e a injustiça latentes no país. Os protagonistas eram um servidor público anônimo e uma criança vendedora de rua também sem nome. O segundo obrigava o primeiro a atirar os doces que vendia enquanto o pequeno chorava. O escândalo fez com que acabássemos conhecendo sua identidade e que o pequeno Feliciano Díaz - nascido em Chiapas, um dos Estados mais pobres do México - fosse levado de volta para sua família. Houve promessas de um futuro melhor para a criança e castigo para o servidor público, mas a desigualdade e a pobreza continuam.

5. Cristina Fernández volta ao trabalho

18 de novembro. A saída do comando do Executivo da presidenta argentina por motivos médicos causou surpresa em todo o país. Cristina Fernández submeteu-se a uma operação para drenar um hematoma no crânio. A doença a manteve afastada de suas tarefas políticas durante um mês e meio. Quando voltou, a Casa Rosada divulgou um vídeo em que a presidenta tinha dois peculiares acompanhantes: Simón, um cachorro branco que "Hugo Chávez tinha prometido que me daria" e um pinguim de pelúcia, um dos presentes que recebeu durante sua recuperação. 

6. Protestos no Brasil

18 de junho. O aumento no preço do transporte público acendeu uma chama que as autoridades brasileiras não estavam preparadas para apagar. Os manifestantes, em sua maioria jovens, reuniram o descontentamento de vários setores da população. No dia 12, começaram os protestos em São Paulo e em menos de uma semana, milhares de pessoas marcharam e ocuparam o edifício do Congresso, em Brasília, desenhado por Oscar Niemeyer. O protesto percorria mais de 1.000 quilômetros e tinha se instalado nas ruas das principais cidades do país.

7. Estados Unidos salva o México de uma tragédia futebolística

15 de outubro. A seleção mexicana de futebol não conseguiu fazer o seu dever para se classificar para a Copa do Brasil e numa reviravolta inesperada seus vizinhos do norte - queridos e odiados pelos mexicanos - os salvaram da vergonha. O México havia perdido sua partida contra Costa Rica e já estava fora do Mundial quando os EUA viraram seu jogo contra contra o Panamá, o que permitiu que os mexicanos fossem para a repescagem. Os norte-americanos fizeram dois gols nos últimos três minutos da partida e o México acabou cantando "USA, USA".

8. O discurso de 21 horas de Ted Cruz

24 de setembro. O senador do Tea Party tinha prometido falar todo o tempo necessário para mostrar sua rejeição à reforma da saúde de Obama. Estava disposto a fazê-lo até que não pudesse "ser mantido de pé". Mas o complicado não é só falar durante 21 horas - o tempo que durou a intervenção do senador - mas encontrar conteúdo para enchê-las. Em um certo momento da noite, Ted Cruz decidiu ler um conto para suas filhas: 'Ovos verdes com presunto', de Dr. Seuss.

9. O Papa fala sobre os homossexuais

29 de julho. De pé e durante uma hora e 20 minutos, o Papa respondeu a 20 perguntas que foram feitas por 75 jornalistas que viajavam com ele em seu avião. A viagem os levava de volta do Brasil para Roma e, durante o trajeto, Francisco falou sobre a corrupção no Vaticano e o papel da mulher na Igreja. Naquela conversa, houve uma frase especialmente marcante, quando o Papa foi questionado sobre o lobby gay: "Se uma pessoa é gay e busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para o julgar?".

10. Polêmica entre Cristina Fernández e Mujica

4 de abril. Um microfone aberto colocou em apuros o presidente uruguaio, José Mujica. A desafortunada frase com que o presidente se referiu à presidenta argentina Cristina Fernández e ao falecido Néstor Kirchner provocou hostilidades entre os dois governos e Mujica teve de pedir desculpas públicas à presidenta. 

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