Temor com cartéis de droga provoca alerta de governo dos EUA
Narcotraficantes já têm influência nas regiões leste e meio-oeste. Mercado de heroína, que tem como perfil de consumidor pessoas que usam medicamentos prescritos por médicos, é a joia da coroa e aumenta o faturamento dos grupos
O controle que os cartéis mexicanos começaram a exercer sobre o mercado da heroína nos Estados Unidos e a expansão de seu domínio nos Estados nas regiões leste e o meio-oeste do país incentivou o consumo desta substância em toda a nação, de acordo com a agência antidrogra norte-americana (DEA, na sigla em inglês). Em seu estudo, publicado nesta segunda-feira, a agência situa o narcotráfico mexicano no centro do incremento da disponibilidade de metanfetamina e maconha nos Estados Unidos devido aos altos níveis de elaboração e cultivo no outro lado da fronteira. O relatório também reconhece que continua a tendência de baixa no consumo de cocaína como consequência da redução da produção em Colômbia e das guerras internas pelo controle do território entre os diferentes grupos do crime organizado no México.
“A oferta de heroína continuou crescendo em 2012 devido aos altos níveis de produção no México e a expansão dos traficantes mexicanos nos mercados de heroína branca no leste e o meio-oeste dos EUA”, assinala a Drug Enforcment Administration (DEA), na sigla em inglês, em seu relatório. Os volumes confiscados na fronteira mexicana aumentaram um 232% entre 2008 (558,8 quilos) e 2012 (1.855 quilos), devido, de acordo com a agência, ao incremento do contrabando de heroína elaborada no México e da que se sintetiza em outros países da América Latina e que chega pelo sudoeste de EUA por meio desse país. A DEA também alerta do interesse dos narcotraficantes mexicanos por introduzir no mercado de droga do leste de EUA variedades de alcatrão negro e pó pardo.
Os cartéis mexicanos encontraram no mercado da heroína uma maneira de expandir sua presença nos EUA devido à mudança de tendência entre os consumidores deste país, que optaram por substituir o uso de medicamentos de baixo prescrição médica - cujo abuso excede ao de qualquer outro tipo de droga, exceto a maconha, de acordo com o relatório da DEA - pela heroína, “bem mais barata, mais acessível e que provoca sensações similares”, cita o estudo da agência.
A média de idade de quem começa a usar essa substância também diminuiu de 25 anos em 2009 a 21,4 em 2012, o que, segundo a DEA, pode ser um indicativo do aumento de superdosagem entre a população.
O fornecimento de metanfetamina proveniente de México favoreceu a presença e a extensão desta substância nos EUA, de acordo com o relatório da DEA. “O incremento da quantidade de metanfetamina através da fronteira mexicana indica um aumento da disponibilidade deste tipo de droga no mercado doméstico e boa parte dela é o resultado dos altos níveis de produção de metanfetamina no México”, afirma o estudo da agência.
Outro parte ocorre no caso da maconha, a droga cujo consumo mais está avançando nos EUA. “Os altos níveis de contrabando mantiveram-se estáveis nos últimos 10 anos na fronteira com o México, onde se apreendem mais de um milhão de quilos de maconha anualmente”, assinala o relatório. Além da fronteira, a agência aponta a “a extensão do cultivo em larga escala por parte das organizações criminosas internacionais e por grupos de narcotraficantes mexicanos”, bem como o aumento da produção interna como as principais fontes da oferta de maconha nos EUA.
O relatório confirma a queda no consumo de cocaína, uma tendência que começou em 2007 e que provocou durante o verão de 2012 ocorressem problemas de desabastecimento em Chicago, Houston, Saint. Louis, Phoenix e Baltimore. A agência atribui essa queda à redução dos cultivos na Colômbia, um dos principais fornecedores da cocaína que se consome nos EUA, à prisão de importantes chefes do narcotráfico nesse país e às lutas entre as facções pelo controle das rotas de passagem mais lucrativas.
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