Facebook suspende por dois anos Donald Trump por incentivar o ataque ao Capitólio
Decisão da rede social será revista no início de 2023, um ano que será vital para as intenções políticas de Trump
O Facebook decidiu nesta sexta-feira suspender as contas do ex-presidente Donald Trump por dois anos. A decisão ocorre quase um mês depois de o conselho fiscalizador independente da rede social se pronunciar em favor da suspensão da conta do ex-presidente, que foi silenciado na plataforma após incentivar o ataque ao Capitólio, nos Estados Unidos, no dia 6 de janeiro. A suspensão será reavaliada em 7 de janeiro de 2023. “Dada a gravidade das circunstâncias que levaram à suspensão do sr. Trump, acreditamos que suas ações constituíram uma violação grave de nossas regras, o que merece a maior pena possível”, disse na manhã desta sexta-feira a rede social em uma publicação.
Em 5 de maio, o painel de especialistas independentes contratado pela empresa de Mark Zuckerberg recomendou que o Facebook decidisse sobre o futuro de Trump na plataforma em seis meses e explicasse publicamente as sanções por violar os regulamentos. A rede social suspendeu Trump, bem como o Twitter, pelos violentos acontecimentos promovidos no Congresso dos Estados Unidos por uma multidão de seguidores do ex-presidente republicano, os quais resultaram na morte de cinco pessoas. O Facebook afirma que duas postagens de Trump violaram as regras, por se tratar de discurso de ódio. A empresa também acredita que a presença do político em sua comunidade seria um risco, pois poderia “incitar novamente à violência”.
A decisão do Facebook será revista no início de 2023, ano que será vital para as intenções políticas de Trump, que já disse que buscará novamente a presidência nas eleições de novembro de 2024. O silêncio forçado nas redes sociais levou o republicano a abrir um blog em que transmitia as incendiárias opiniões que moldaram seu Governo. Esta semana, porém, sua equipe confirmou que estava fechando a plataforma autogerida por causa das poucas visitas e leituras das publicações.
O Facebook também decidiu esta semana acabar com a excepcionalidade de que gozam os políticos. Desde 2016, ano da ascensão de Trump, a empresa considerava o discurso e as expressões políticas como relevantes e noticiosos. Isso permitiu que essas opiniões evitassem filtros de moderação, um benefício que o algoritmo não deixa ao alcance da maioria dos usuários. A decisão sempre foi defendida por Zuckerberg, que afirmava que a liberdade de expressão dava guarida à expressão dessas posições por mais polêmicas ou ofensivas que fossem.
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