É possível ser solidário na epidemia de coronavírus sem sair de casa

Redes e plataformas foram criadas para facilitar doações ou compras para aqueles que estão mais sofrendo com a pandemia. Fizemos um guia com as principais iniciativas

Bombeiro toca trompete para os vizinhos confinados no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. No vídeo, sua interpretação do "Samba do Avião". Vídeo: Foto e EFE

Enquanto os números de casos confirmados e óbitos notificados em decorrência do coronavírus crescem diariamente, há lugares, por outro lado, onde as cifras só diminuem: dos hemocentros —onde as doações caíram vertiginosamente— às regiões mais vulneráveis das cidades, onde a falta de trabalho e a baixa renda refletem diretamente na fome e na ausência de produtos básicos de higiene. O que não falta, neste momento, é a falta. Seja de alimentos, de medicamentos, de trabalho e até de equipamentos de segurança para os profissionais que estão na linha de frente dessa guerra.

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Mas há uma rede de solidariedade que se fortalece a cada dia pelo Brasil, incluindo até iniciativas inusitadas, como a de um bombeiro que toca Bossa Nova em cima de uma grua a uma altura de 50 metros pelo Rio de Janeiro para animar quem está fechado em casa há dias, que aplaude e agradece. Há ainda os que fazem compras para idosos ou continuam pagando a diarista enquanto ela fica em casa, protegida da doença. Já falamos aqui sobre ações simples, mas é possível fazer ainda mais, para além do nosso próprio microcosmo.

Por isso, preparamos uma pequena lista de lugares que precisam de ajuda. E a maioria deles você pode ajudar sem ter que sequer furar a quarentena:

Populações vulneráveis

Segura a curva das mães – projeto que faz um mapeamento de mulheres mães em situação de vulnerabilidade causada ou agravada pela pandemia do coronavírus em todo o Brasil.

Como ajudar: Doando qualquer quantia, ou apadrinhando uma mãe com ao menos 150 reais, por este site.

Sem-tetos em diversos Estados do país.

Como ajudar: Pelo fundo de emergência para sem-tetos afetados pelo coronavírus é possível realizar doações que serão usadas para a compra de alimentos, álcool em gel e máscaras e distribuídos nas periferias de cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Ceará, Roraima, Goiás e no Distrito Federal.

Mães que vivem em favelas. A Central Única das favelas (Cufa) pretende distribuir uma renda mínima básica para milhares de mães que vivem em favelas de todo o país.

Como ajudar: Contribuindo com a vaquinha da campanha #mãesdafavela.

Espalhe Cestas, movimento de entrega de cestas básicas em comunidades vulneráveis da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Como ajudar: Doando qualquer quantia por este site.

Famílias negras e periféricas de diversas comunidades de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Como ajudar: Contribuindo com qualquer quantia por este site.

Fundo FICA – Fundo Imobiliário comunitário que trabalha com o direito à moradia e se propõe a tirar imóveis do mercado formal e alugá-los a preços justos sem componentes especulativos.

Como ajudar: Por meio do Fundo Emergencial FICA em Casa é possível doar qualquer valor. Um colegiado compostos por diversas áreas, que são apoiadores do FICA, vão decidir quais entidades serão beneficiadas em ações de combate ao coronavírus.

A Acnur, a agência da ONU para refugiados, está distribuindo kits de higiene às populações vulneráveis em Boa Vista e Manaus, as capitais mais atingidas pela chegada de imigrantes e refugiados da Venezuela nos últimos anos.

Como ajudar: É possível doar qualquer quantia por este site.

O Fundo Baobá para Equidade Social abriu edital para apoiar projetos de pessoas e organizações comprometidades com a equidade racial e que estejam ajudando comunidades no combate ao coronavírus.

Como participar: Por meio do site é possível inscrever os projetos.

Saúde

Hemocentros de todo o país estão necessitando de doações de sangue.

Como ajudar: É preciso ir até um dos 32 hemocentros ou 500 serviços de hemoterapia espalhados pelo país. Em alguns lugares, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, é possível agendar antecipadamente um horário, para evitar aglomerações. Podem doar sangue pessoas entre 16 e 69 anos, sendo que para os menores de 18 anos é necessário consentimento dos responsáveis e entre 60 e 69 anos se a pessoa já tiver doado alguma vez antes. É preciso pesar no mínimo 50 quilos e estar em bom estado de saúde. Em relação à Covid-19, são considerados doadores inaptos por um período de 30 dias aqueles que apresentarem sintomas respiratórios e febre ou se tiverem tido contato há menos de 30 dias com casos suspeitos ou confirmados do coronavírus.

Fundo Emergencial para a Saúde recebe doações que serão distribuídas a hospitais públicos e instituições de ciência que estão na linha de frente do combate ao coronavírus, como a Fiocruz.

Como ajudar: Por meio da plataforma BSocial é possível fazer doações em qualquer quantia.

Hospital das Clínicas de São Paulo necessita de doações em dinheiro para diversos fins, como a ampliação de diagnósticos da Covid-19, aluguel de ambulâncias e compra de respiradores artificiais.

Como ajudar: Por meio desta plataforma própria que agrega as diferentes campanhas.

Serviços

Vendedores de flores do Mercado de Flores de São Paulo. Voluntários estão organizando as vendas, a preço de custo, de diversas flores e plantas para minimizar os impactos dos prejuízos dos produtores. É possível receber em casa (São Paulo) ou retirar no local.

Como ajudar: Comprando por aqui.

No Bairro Tem – plataforma que conecta vendedores do bairro de toda a cidade do Recife às demandas de quem está em isolamento social.

Como ajudar: Qualquer vendedor de pequenos negócios da Região Metropolitana do Recife pode se cadastrar. Para acessar os serviços, basta colocar o nome do bairro onde você está nesta plataforma.

Apoie um restaurante de várias cidades do país

Como ajudar: Por meio desta plataforma é possível comprar um voucher por 50 reais que valerá 100 reais até 31 de dezembro para ser usado no restaurante escolhido, quando a quarentena acabar. Os outros 50 reais serão bancados pela cerveja Stella Artois. A iniciativa já está ajudando os estabelecimentos a pagarem os salários de seus funcionários, contribuindo para redução nas demissões.

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