Minas investiga caso suspeito de coronavírus, mas Ministério descarta

Paciente tem 35 anos e esteve na China, epicentro da doença. Ministério da Saúde afirma que, como ela não esteve na cidade em que casos estão concentrados, não se enquadraria como “suspeito”

Passageiros chegam ao aeroporto de Heathrow, em Londres,onde voos da China estão sendo monitorados.WILL OLIVER (EFE)

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) confirmou a existência um caso suspeito de coronavírus, doença que já deixou 17 vítimas fatais e 470 pessoas infectadas na China e já chegou a países como Tailândia, Japão e Estados Unidos. O caso, que está sendo investigado, é de uma paciente de 35 anos, que esteve em Xangai (costa central da China), e apresentou sintomas respiratórios similares aos da doença. Ela não esteve, entretanto em Wuhan, epicentro da enfermidade, e, por isso, o Ministério da Saúde afirma que o caso não se enquadra nos critérios de casos suspeitos da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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O vírus provoca sintomas semelhantes aos de uma pneumonia, ocasionando febre e dificuldades respiratórias, que podem evoluir de forma leve ou fatal, a depender do sistema imunológico do afetado. Segundo a secretaria, o caso foi identificado na última terça-feira na UPA Centro Sul de Belo Horizonte. A mulher desembarcou na cidade no dia 18, com sintomas respiratórios compatíveis com doença respiratória viral aguda. “Apesar de não apresentar qualquer sinal indicativo de gravidade clínica, a paciente foi conduzida rapidamente para o Hospital Eduardo de Menezes para observação cuidadosa em ambiente hospitalar. Todas as medidas assistenciais para redução de risco de transmissão foram tomadas”, afirmou o órgão, por meio de nota. A secretaria ainda afirma que não esteve em Wuhan e nem teve contato com pessoas sintomáticas na China.

Após a divulgação do caso, o Ministério da Saúde divulgou uma nota dizendo que o caso não se enquadra nas definições mundiais de caso suspeito. “O caso noticiado pela SES/MG não se enquadra na definição de caso suspeito da Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo em vista que o paciente esteve em Xangai, onde não há, até o momento, transmissão ativa do vírus. De acordo com a definição atual da OMS, só há transmissão ativa do vírus na província de Wuhan” afirmou o órgão. “O Ministério da Saúde informa que, até o momento, não há detecção de nenhum caso suspeito no Brasil de Pneumonia Indeterminada relacionado ao evento na China”.

O vírus de Wuhan, como ficou conhecido, é um novo coronavírus chamado 2019-nCov, que é transmitido entre humanos e causa doenças respiratórias. Foi detectado pela primeira vez há menos de um mês nesta cidade, localizada na área central do território chinês e onde vivem 11 milhões de pessoas. Os coronavírus são microrganismos que sofrem mutação com facilidade, por isso o contágio aconteceu de forma tão rápida: ninguém ainda havia contraído este tipo da doença, o que já deixaria parte da população imunizada automaticamente. A suspeita é a de que o vírus passou aos humanos em um mercado de animais vivos em Wuhan, já que a imensa maioria dos primeiros pacientes esteve lá. É provável que o vírus tenha passado de um hóspede primário, como um morcego, a outra espécie por alguma adaptação e mutação. E que houve uma mutação posterior, quando ocorreu o contato com as pessoas.



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