12 fotosO abandono do Hospital Psiquiátrico de CaracasMilhares de portadores de enfermidades mentais na Venezuela são forçados a passar por um labirinto duplo todos os dias o dos seus próprios distúrbios e a falta de assistência médica pública para ajudá-los a melhorarEl País14 ago. 2019 - 17:12BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaO hospital psiquiátrico mais importante da Venezuela não está passando pelo melhor momento. A instituição, fundada há 126 anos, tornou-se uma "superlotação de seres humanos", nas palavras de enfermeiras que diariamente enfrentam condições de trabalho deploráveis. O Hospital Psiquiátrico de Caracas entra em colapso em meio à escassez de medicamentos e serviços básicos como a luz em meio ao silêncio das vozes do governo sobre uma solução para a crise da saúde pública. Na imagem, dois pacientes na instituição localizada em Lídice, Caracas (Venezuela).Rayner Peña (EFE)Os nomes dos pacientes não aparecem nas cabeceiras das camas, porque podem ser outros a ocupar os quartos na noite seguinte. Nos leitos, repousam as internas, cujos corpos se confundem com os colchões já gastos e os lençóis emaranhados.Rayner Peña (EFE)Dois pacientes do Hospital Psiquiátrico de Caracas olham através das grades do seu quarto. A enfermeira Johana Hernández ressalta que apenas um pequeno espaço no hospital, com capacidade para atender cerca de 300 pacientes, e que ela considera "patrimônio cultural", ainda está funcionando em condições muito ruins.Rayner Peña (EFE)Devido à falta de pessoal de manutenção, lixo, excrementos e insetos mortos podem ser vistos nos quartos, banheiros e pátios do imenso hospital, cuja maior parte ficou sem eletricidade por 20 meses. A fotografia mostra a sala de limpeza de um dos pátios onde os pacientes estão alojados.Rayner Peña (EFE)Segundo Johana, o hospital não possui os medicamentos necessários para tratar a depressão, a esquizofrenia e outras doenças que afetam os 36 pacientes que permanecem internados.Rayner Peña (EFE)Cerca de vinte ampolas de ansiolíticos e sedativos, vencidos em 2016, são atualmente aplicados em momentos de necessidade.Rayner Peña (EFE)O desastre do hospital, um segredo aberto há apenas um mês, agora faz parte do debate na Venezuela, um país abalado pela maior crise política e econômica da história moderna, e onde milhões de trabalhadores recebem uma renda que nem cobre a cesta básica. Na foto, um paciente internado no Hospital Psiquiátrico de Caracas.Rayner Peña (EFE)Pronto-Socorro do Hospital Psiquiátrico de Caracas. O pessoal da instituição recebe um salário quase simbólico que mal chega a 6 dólares por mês, o que banca apenas dois ou três quilos de farinha.Rayner Peña (EFE)"A equipe do hospital não está desempregada", mas estamos trabalhando no nível mínimo, diz Johana sobre si mesma e seus colegas, que, apesar de todas as dificuldades, seguem à frente das suas posições no centro psiquiátrico.Rayner Peña (EFE)Na Venezuela, os serviços hospitalares estão passando por uma crise própria, em meio à escassez de medicamentos e aos baixos salários de médicos e enfermeiros dependentes do Estado, que o líder chavista Nicolás Maduro lidera desde 2013. Na imagem, uma das paredes do hospital.Rayner Peña (EFE)No meio da crise, a oposição e os sindicatos de trabalhadores de saúde pediram a abertura de um canal humanitário para a entrada de medicamentos. Dezenas de protestos são registrados diariamente para exigir o fim da crise e a melhoria na prestação de serviços públicos, de longe os mais precários da região.Rayner Peña (EFE)"Se o meu pecado foi trazer isto à luz pública, terei de pagar as consequências. Não sei quais serão", explica Johana. A última visita feita à Venezuela pela Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a ex-presidenta do Chile Michelle Bachelet, culminou em um relatório que se concentra na violação dos direitos fundamentais no país.Rayner Peña (EFE)