
O abandono do Hospital Psiquiátrico de Caracas
12 fotosMilhares de portadores de enfermidades mentais na Venezuela são forçados a passar por um labirinto duplo todos os dias: o dos seus próprios distúrbios e a falta de assistência médica pública para ajudá-los a melhorar
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1O hospital psiquiátrico mais importante da Venezuela não está passando pelo melhor momento. A instituição, fundada há 126 anos, tornou-se uma "superlotação de seres humanos", nas palavras de enfermeiras que diariamente enfrentam condições de trabalho deploráveis. O Hospital Psiquiátrico de Caracas entra em colapso em meio à escassez de medicamentos e serviços básicos como a luz em meio ao silêncio das vozes do governo sobre uma solução para a crise da saúde pública. Na imagem, dois pacientes na instituição localizada em Lídice, Caracas (Venezuela). Rayner Peña EFE -
2Os nomes dos pacientes não aparecem nas cabeceiras das camas, porque podem ser outros a ocupar os quartos na noite seguinte. Nos leitos, repousam as internas, cujos corpos se confundem com os colchões já gastos e os lençóis emaranhados. Rayner Peña EFE -
3Dois pacientes do Hospital Psiquiátrico de Caracas olham através das grades do seu quarto. A enfermeira Johana Hernández ressalta que apenas um pequeno espaço no hospital, com capacidade para atender cerca de 300 pacientes, e que ela considera "patrimônio cultural", ainda está funcionando em condições muito ruins. Rayner Peña EFE -
4Devido à falta de pessoal de manutenção, lixo, excrementos e insetos mortos podem ser vistos nos quartos, banheiros e pátios do imenso hospital, cuja maior parte ficou sem eletricidade por 20 meses. A fotografia mostra a sala de limpeza de um dos pátios onde os pacientes estão alojados. Rayner Peña EFE -
5Segundo Johana, o hospital não possui os medicamentos necessários para tratar a depressão, a esquizofrenia e outras doenças que afetam os 36 pacientes que permanecem internados. Rayner Peña EFE -
6Cerca de vinte ampolas de ansiolíticos e sedativos, vencidos em 2016, são atualmente aplicados em momentos de necessidade. Rayner Peña EFE -
7O desastre do hospital, um segredo aberto há apenas um mês, agora faz parte do debate na Venezuela, um país abalado pela maior crise política e econômica da história moderna, e onde milhões de trabalhadores recebem uma renda que nem cobre a cesta básica. Na foto, um paciente internado no Hospital Psiquiátrico de Caracas. Rayner Peña EFE -
8Pronto-Socorro do Hospital Psiquiátrico de Caracas. O pessoal da instituição recebe um salário quase simbólico que mal chega a 6 dólares por mês, o que banca apenas dois ou três quilos de farinha. Rayner Peña EFE -
9"A equipe do hospital não está desempregada", mas estamos trabalhando no nível mínimo, diz Johana sobre si mesma e seus colegas, que, apesar de todas as dificuldades, seguem à frente das suas posições no centro psiquiátrico. Rayner Peña EFE -
10Na Venezuela, os serviços hospitalares estão passando por uma crise própria, em meio à escassez de medicamentos e aos baixos salários de médicos e enfermeiros dependentes do Estado, que o líder chavista Nicolás Maduro lidera desde 2013. Na imagem, uma das paredes do hospital. Rayner Peña EFE -
11No meio da crise, a oposição e os sindicatos de trabalhadores de saúde pediram a abertura de um canal humanitário para a entrada de medicamentos. Dezenas de protestos são registrados diariamente para exigir o fim da crise e a melhoria na prestação de serviços públicos, de longe os mais precários da região. Rayner Peña EFE -
12"Se o meu pecado foi trazer isto à luz pública, terei de pagar as consequências. Não sei quais serão", explica Johana. A última visita feita à Venezuela pela Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a ex-presidenta do Chile Michelle Bachelet, culminou em um relatório que se concentra na violação dos direitos fundamentais no país. Rayner Peña EFE