Facebook cria 'sala de guerra' para monitorar interferências nas eleições de Brasil e EUA
É o maior esforço estratégico da rede social desde transição do computador para o celular
O Facebook anunciou que seu esforço para prevenir interferências eleitorais nas próximas eleições do Brasil e dos Estados Unidos é comparável a uma das maiores guinadas estratégicas da empresa: o início da passagem do computador para o celular em 2011. “Será o maior esforço transversal de todos os departamentos que esta empresa já viu desde a passagem do computador para o celular”, anunciou Samidh Chakrabarti, diretor de Eleições e Compromisso Cívico na rede, durante uma teleconferência à qual o EL PAÍS assistiu.
De acordo com um perfil recente da revista New Yorker, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg expulsava de seu escritório todos os funcionários que ali fossem se suas ideias não levavam em conta a transição do computador para o celular. Das palavras de Chakrabarti é possível inferir que Zuckerberg quer ouvir falar apenas de segurança eleitoral.
A frase de Chakrabarti quer refletir a importância que o Facebook dá às eleições e ao risco à sua imagem. Como as ameaças evoluem e qualquer novo perigo pode surgir, a empresa insiste em repetir a mensagem de que faz todo o possível para continuar sendo uma simples rede social e não um campo de batalha nas guerras de inteligência entre os países.
Chakrabarti também anunciou a criação de uma war room física em Menlo Park, sede da empresa na Califórnia, para “tomar decisões em tempo real” e integrar os membros de todos os departamentos em um mesmo espaço: engenharia, inteligência, dados, políticas públicas, entre outros.
Para entender a magnitude do desafio, Chakrabarti explicou que “foram apagadas ou bloqueadas” 1,3 bilhão de contas falsas no Facebook entre os meses de outubro e março. Esse número representaria mais da metade do total de usuários da rede. “A inteligência artificial nos permite bloquear milhões de contas todos os dias”, acrescentou.
A origem deste esforço estratégico do Facebook começou nas eleições presidenciais dos EUA de 2016, quando Donald Trump foi eleito. A empresa advertiu que as táticas dos “adversários” –em nenhum momento da teleconferência sua origem ou identidade foi apontada– mudam e o esforço é interminável.
A equipe dirigida por Chakrabarti preparou cenários de possíveis ataques para verificar qual é o nível de preparação da empresa. Os dois exemplos de ataques que Chakrabarti deu foram uma campanha para suprimir o voto –mensagens no Facebook que, por exemplo, explicam em que se pode votar por SMS ou que anunciam falsos fechamentos de colégios eleitorais– ou páginas que divulgam material eleitoral desde o exterior.
O Facebook também criou um sistema de segurança duplo para os funcionários de campanhas políticas estaduais e federais que usam a rede, para evitar que suas contas sejam invadidas.
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