13 fotosAyahuasca, canal abertoAs fotografias de Rafael Hupsel, que mergulhou no mundo dos rituais desta planta e cruzou com desenhos dos usuários 14 jul. 2018 - 17:19BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaImagens do trabalho de Rafael Hupsel, que mergulhou no cotidiano de um grupo que faz uso da ayhuasca. Na imagem, integrante da Irmandade Natureza Divina atravessa igarapé em Rondônia carregando o cipó 'Banisteropsis caapi' nas costas após ele ser colhido. O cipó é usado para fazer a beberagem.Rafael HupselQuando o preparo da ayahuasca era realizado pelo grupo em Rondônia, a caminhada para colher o cipó era uma oportunidade de estabelecer um profundo contato com a floresta e com os espíritos que vivem nela, explica o pesquisador e fotógrafo Rafael Hupsel.Rafael Hupsel'Banisteropsis caapi' é uma planta trepadeira nativa da Amazônia que cresce até o topo das árvores mais altas da floresta para conseguir luz solar. Nas matas de Rondônia, os membros da Irmandade utilizavam técnicas de escalada e rapel para colher o cipó sem ter que derrubar as árvores em que ele se apoia.Rafael HupselDe acordo com a pesquisa de Hupsel, seja na floresta amazônica ou em um sítio no interior de São Paulo, a colheita do cipó sempre demanda concentração e cuidado, pois "facilita a comunicação com o espírito que habita esta planta".Rafael HupselDiversos grupos ayahuasqueiros, entre eles a Irmandade Natureza Dvina estudado por Hupsel, chamam o desenho formado pelo corte transversal do caule do 'Banisteropsis caapi' de "a rosa do cipó".Rafael HupselO momento de colocar nas panelas as plantas que serão fervidas para se preparar a ayahuasca é extremamente importante para o grupo, relata o pesquisador, que também é autor dos registros fotográficos. Segundo Hupsel, durante um dos rituais de preparo da beberagem na sede da Irmandade, em Mogi das Cruzes, São Paulo, seus integrantes entoam cânticos que invocam a presença dos espíritos considerados donos das plantas que compõem a bebida.Rafael HupselDepois de colhidos, os feixes de cipó são cuidadosamente separados e empilhados para serem macerados para a fabricação da beberagem.Rafael HupselAs folhas da 'Psychotria viridis' são um dos principais elementos que compõem o preparo da ayahuasca. Os integrantes da Irmandade que participam da sua colheita acreditam que esta atividade é acompanhada por diversos espíritos desencarnados, o que explicaria o silêncio predominante durante todo o processo, conta Hupsel.Rafael HupselDepois de colhidas, as folhas passam um período imersas na água, para então serem cozidas junto com o cipó. Na Irmandade Natureza Divina o preparo da ayahuasca é um ritual coletivo e os elementos que o compõe possuem significados profundos para seus integrantes, explica o fotógrafo e autor de dissertação de mestrado sobre o tema, Rafael Hupsel.Rafael HupselNa visão dos membros da Irmandade, ao colocar as plantas no interior da panela para preparar a ayahuasca, a pessoa que participa do seu preparo também coloca nela intenções de cura em forma de energia, que serão absorvidas por todos aqueles que a beberem.Rafael HupselO cozimento do cipó e das folhas para preparar a ayahuasca é, na perspectiva da Irmandade, um momento de intensa troca de energia entre os humanos, as plantas e o líquido que borbulha no interior das grandes panelas de onde sairá a bebida, explica o pesquisador.Rafael HupselPara os integrantes deste grupo ayahuasqueiro, o preparo da ayahuasca envolve a participação direta de espíritos desencarnados que guiam e auxiliam todas as etapas do ritual, desde a colheita das plantas, passando pelo seu cozimento, até o momento de bebê-la. Para os integrantes deste grupo ayahuasqueiro, o preparo da ayahuasca envolve a participação direta de espíritos desencarnados que guiam e auxiliam todas as etapas do ritual, desde a colheita das plantas, passando pelo seu cozimento, até o momento de bebê-la.Rafael HupselPreparar a ayahuasca, na visão dos membros da Irmandade, permite a imersão no universo das plantas e dos espíritos que as habitam.