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Juan Luis Cebrián deixa a presidência do EL PAÍS

Juan Luis Cebrián.
Juan Luis Cebrián.Samuel Sánchez

Juan Luis Cebrián, fundador e primeiro diretor do EL PAÍS, abandonará em 21 de maio todos os seus cargos no grupo PRISA (que publica o EL PAÍS) após 42 anos em que ocupou as posições mais importantes do Grupo, Presidente e Executivo-Chefe. Nesse mesmo dia será nomeado Presidente de Honra do EL PAÍS. Superados os momentos mais difíceis da empresa, finaliza um processo de sucessão que ele mesmo iniciou em abril de 2016 e põe fim a suas obrigações empresariais dos últimos anos para dedicar mais tempo ao que sempre foi a paixão de sua vida: o jornalismo e a escrita. Sua saída, sem dúvida, significa um impacto à essa empresa, na qual Cebrián continuará sendo sempre um ponto de referência e fonte de inspiração diante dos novos desafios a se enfrentar.

Cebrián continuará escrevendo assiduamente no EL PAÍS e colaborará com o jornal e com a empresa em todas as circunstâncias em que sua grande experiência e bagagem acumuladas durante sua brilhante trajetória forem necessárias. É um motivo de satisfação a essa empresa que a partir de sua saída o nome de Cebrián continue estreitamente ligado ao EL PAÍS, em cujo expediente estará como Presidente de Honra, em justo reconhecimento a quem o fundou em um momento decisivo da história da Espanha e contribuiu para impulsioná-lo como o veículo de referência da comunicação em espanhol no mundo.

Autor de numerosos livros, Juan Luis Cebrián pertence à Real Academia Espanhola. Estudou Filosofia na Universidade Complutense de Madri, onde se formou em Ciências da Informação, após também se formar na Escola Oficial de Jornalismo em 1963.

Antes de ocupar a direção do EL PAÍS, foi membro da equipe fundadora da revista Cuadernos para el Diálogo (1963); de 1963 a 1975 trabalhou como redator-chefe e subdiretor dos jornais Pueblo e Informaciones de Madrid e como diretor dos Serviços Informativos da Televisión España.

Cebrián dirigiu o EL PAÍS desde seu primeiro número (maio de 1976) até novembro de 1988, quando foi nomeado executivo-chefe do jornal e do grupo PRISA. De 1986 a 1988 ocupou o cargo de presidente do Instituto Internacional de Imprensa (IPI). É membro do Conseil de Surveillance do jornal francês Le Monde.

Foi executivo-chefe da Sogecable, a empresa do Grupo dedicada à televisão, desde sua fundação em 1989 até 1999. Em 2004 ocupou a presidência da Associação de Editores dos Jornais Espanhóis (AEDE, na sigla em espanhol).

Na liderança do EL PAÍS desempenhou um papel relevante no processo de transição política espanhola da ditadura à democracia. Mais de cinquenta anos de exercício profissional do jornalismo, entre os numerosos prêmios jornalísticos dos quais vale destacar: Diretor Internacional do Ano, concedido pela publicação World Press Review de Nova York (1980); Prêmio Nacional de Jornalismo da Espanha (1983); Medalha à Liberdade de Expressão da F.D. Roosevelt Four Freedoms Foundation e medalha de Honra da Universidade do Missouri (1986); Prêmio Internacional Trento de Jornalismo e Comunicação (1987); e no Chile, Prêmio Joaquín Chamorro à Liberdade de Expressão.

Cebrián desenvolveu ao longo de sua vida profissional uma intensa atividade como articulista e conferencista e é autor de numerosos livros de ensaio sobre jornalismo e sociologia política, entre eles: La prensa y la calle, La España que bosteza, El tamaño del elefante, El siglo de las sombras, Cartas a um jovem jornalista, A rede: como nossas vidas serão transformadas pelos novos meios de comunicação, El futuro no es lo que era, escrito em parceria com o ex-primeiro-ministro espanhol, Felipe González, El fundamentalismo democrático, O Pianista no Bordel e recentemente publicou o primeiro volume de suas memórias com o título de Primera Plana. Como romancista publicou quatro obras: A Russa, La Isla del viento, La agonía del dragón e Francomoribundia. Outros relatos literários seus foram publicados em recopilações como Retrato de un siglo e De Madrid... al cielo, assim como ensaios em coletâneas (Prensa para la democracia: reto del Siglo XXI, Transición Española, entre outros). Entrou em 1996 na Real Academia Espanhola e é Oficial das Letras e das Artes da França desde 1989.

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