Rebelião polonesa
Crise revela a impotência da UE ante guinada autoritária de um dos países-membros
A Polônia se transformou em uma grave ameaça aos valores da União Europeia. O desafio do Governo de Varsóvia - liderado das sombras pelo ultranacionalista Jaroslaw Kaczynski é uma afronta aos princípios sobre os quais o bloco se sustenta, entre os quais se destacam a separação de Poderes e a independência do Judiciário.
Em apenas 24 meses já foram aprovados 13 leis que acabam de fato com a independência da Justiça, além de liderar a rebelião contra a divisão de refugiados pela Europa e de defender que o Executivo controle rigidamente os meios de comunicação públicos.
De nada tem servido as pressões e críticas que Bruxelas tem feito a Varsóvia para que deixe de tentar acabar com a independência de suas instituições judiciais. A série de leis aprovadas permitiu a aposentaria antes do tempo de juízes não alinhados, o Tribunal Constitucional não pode mais paralisar as reformas do Executivo e o Parlamento pode eleger os membros do Conselho Supremo da Magistratura, entre outras medidas.
A Polônia foi pioneira na luta pela liberdade no bloco soviético, e sua transição para a democracia admirada por todo mundo. A entrada do país na UE simbolizou o fim da divisão europeia herdada dos acordos de Ialta. Agora, o perfil autoritário e eurocético do Partido Liberdade e Justiça (PiS), de novo no poder, assombra uma trajetória modelo.
A Comissão Europeia pediu a ativação do artigo 7 do Tratado, que pode resultar na perda de seu direito ao voto, mas isso é muito improvável, dado que a Hungria já advertiu que não votará a favor de uma decisão que requer unanimidade. Esta crise está colocando a UE frente ao espelho de sua impotência para frear a guinada autoritária de um de seus países-membros, como vem ocorrendo com a Hungria. É a última coisa que o bloco precisava em pleno Brexit.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.