8 fotosAs mulheres que estão fazendo política fora de BrasíliaElas são protagonistas em diversos campos de atuação, embora não estejam inseridas no modelo tradicional da política que inclui partidos ou cargos públicosMarina RossiSão Paulo - 22 dez. 2017 - 10:20BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaEvorah Cardoso - Especialista em sociologia jurídica, atua no campo dos direitos humanos, em especial com os temas ligados à igualdade de gênero, racismo e LGBT. É integrante da Rede Feminista de Juristas, grupo que defende mais mulheres feministas em carreiras públicas, escritórios de advocacia, cargos políticos e na academia. Também faz parte do coletivo #VoteLGBT, que surgiu nas eleições de 2014 como um site que dava visibilidade a todos os candidatos que defendiam pautas LGBT. “Naquele ano, foi eleito o Congresso mais conservador do país”, lembra Evorah. “Mas em 2016, na eleição seguinte, as pessoas começaram a procurar o coletivo porque queriam ajuda para encontrar seus candidatos”. Foi então que o grupo fundou a rede #MeRepresenta, para mostrar os candidatos não somente pró-LGBT, mas que tinham em suas plataformas pautas relacionadas aos direitos humanos como um todo. “Para as próximas eleições, ampliamos a nossa parceria com outros coletivos. Queremos que a rede seja um grande banco de políticos defensores dos direitos humanos no Brasil”.Foto: Fernando CavalcantiIlona Szabó - Especialista em segurança pública e políticas de drogas, é cofundadora e diretora-executiva do Instituto Igarapé, instituição sem fins lucrativos que atua nas áreas de segurança, drogas e políticas públicas. É uma das coordenadoras do Movimento Agora, grupo feito de artistas e intelectuais que pretende furar a polarização política e resgatar a mobilização social. Ilona também foi secretária-executiva da Comissão Global de Políticas sobre Drogas e corroteirista do documentário protagonizado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, “Quebrando o Tabu”. No início deste ano, lançou o livro Drogas: As histórias que não te contaram (Editora Zahar) em que, por meio de quatro personagens, tenta trazer a empatia do leitor para o tema das drogas. “O que tem que ser feito pra ontem é: tirar o consumo da esfera criminal, até que a gente consiga de fato entender que o foco precisa ser no crime violento”, disse ela, em entrevista ao EL PAÍS em abril.Foto: Luís SimioneLígia Pinto - Professora de políticas de gênero na Fundação Getúlio Vargas, lidera o comitê de políticas do grupo Mulheres do Brasil. Dentre as ações, o comitê criou um software para monitorar o cumprimento das cotas de mulheres nos partidos, que devem ter ao menos 30% de mulheres entre os candidatos. “Descobrimos as mulheres invisíveis”, conta ela. “Estão ali somente para cumprir a cota, mas não são candidatas de verdade”. Com as informações levantadas, levaram a denúncia ao Ministério Público Federal. “Também descobrimos que as mulheres, para se elegerem, têm de gastar mais dinheiro com a campanha”, diz. “Isso tudo vem de uma estrutura partidária viciada”.Foto: Fernando CavalcantiRaquel Preto - É líder do comitê de combate à violência contra a mulher do grupo Mulheres do Brasil. “Um dos focos é a sensibilização”, diz. “A mulher passa anos sofrendo violência sem perceber, sem saber que ela é vítima de violência”. Para atuar na prática, o comitê mapeia os possíveis parceiros que podem trabalhar em conjunto. Um dos projetos, em fase embrionária ainda, capacita cabeleireiros e manicures para terem escuta qualificada e possam acolher as mulheres que sofrem violência. “Toda mulher com qualquer habilidade é capaz de ajudar neste enfrentamento”, explica. Por outro lado, também trabalham, atuando nas periferias, com os homens autores de violência. Também realizam palestras sobre o tema, que inclui, até, como usar o disque-denúncia (180). “O comitê quase que substitui o que o Governo não faz no combate à violência contra a mulher”, diz.Foto: Fernando CavalcantiJoselia Aguiar - Curadora da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), a historiadora conseguiu, pela primeira vez em 15 anos de evento, montar uma programação mais diversa. Neste ano, mais da metade dos autores convidados eram mulheres e muitos deles, negros. Além disso, o escritor homenageado foi Lima Barreto, um autor negro, fato também inédito para a Flip. “A força que eu tive para fazer essas mudanças no programa veio, principalmente, da internet, onde dois movimentos ativistas fortes [feminista e negro] começaram a receber bem as novidades”, disse ela, em entrevista ao EL PAÍS em julho. “Embora não seja uma resposta imediata às críticas, minha curadoria se beneficiou, sim, dessa força e expectativa”.Foto: DivulgaçãoDjamila Ribeiro - Uma das figuras mais conhecidas do movimento feminista negro atual, é pesquisadora e mestre em filosofia política e já foi secretária de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. É autora do livro 'O que é lugar de fala?' (Editora Letramento) e escreve para as Blogueiras Negras e a Revista AzMina. Sua atuação é no campo da escrita e da fala, sempre no sentido de empoderar as mulheres negras. "É necessário ver que as mulheres negras precisam de um olhar específico para elas. É romper com esse olhar de política universal, que muitas vezes só atinge a um grupo especifico", disse, em entrevista ao EL PAÍS no ano passado. "Se há um grupo que é mais vulnerável, aquele grupo precisa de mais atenção. É uma minoria dentro da minoria".Foto: Ricardo MatsukawaMarcia Rocha – A advogada foi a primeira profissional transexual a conquistar o direito de usar o nome social no campo profissional em São Paulo. É uma das fundadoras da rede Transempregos, que conecta profissionais transexuais às empresas com vagas abertas. Desde que surgiu, em 2014, já empregou ao menos 150 pessoas. As ofertas hoje incluem escritórios de advocacia e grandes empresas de tecnologia e varejo. Além da plataforma, Márcia visita diversas empresas para realizar palestras sobre a dificuldade da inserção dos transexuais no mercado de trabalho.Foto: Arquivo pessoalAlessandra Orofino – Por meio da ONG Meu Rio, da qual ela foi uma das fundadoras, aos 21 anos, Alessandra oferece apoio para quem deseja realizar mudanças sociais na cidade, como, por exemplo, impedir a demolição de uma escola. Hoje, depois da criação do Meu Rio, outras nove ONG’s foram fundadas em outras cidades, realizando o mesmo trabalho de “construir cidades mais justas, inclusivas, sustentáveis e agradáveis de viver”, como se autodefinem. Além do trabalho no terceiro setor, a economista social também é uma das curadoras do blog #AgoraÉQueSãoElas, no jornal ‘Folha de S. Paulo’, que trata de temas como política, narrados sob o ponto de vista feminino.Foto: Arquivo pessoal