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Os jovens de 18 anos quem em março de 2018 votarão pela primeira vez nas eleições presidenciais da Rússia não conheceram outro chefe de Estado que não Vladimir Putin. Este líder, chegou à cúpula do poder no ano 2000 e mantém as rédeas desde então. Os adolescentes são o grupo social mais cultivado e também mais temido por parte do Kremlin, que nos últimos anos lançou iniciativas para tentar canalizar a energia juvenil para apoiar um projeto de Estado continuista, que se relaciona com o passado imperial e soviético. Uma das iniciativas é Yunarmia (exército juvenil), uma organização criada pelo Ministério da Defesa da Rússia com a finalidade de despertar nos jovens o interesse pela geografia e a história de seu país e oferecer para eles acampamentos de verão e atividades, entre elas a de zelar pela conservação de diversos monumentos que compõem o patrimônio público. Yunarmia se apresentou como uma espécie de guarda-chuva, onde cabem outras instituições juvenis destinadas a cultivar o “patriotismo”, a vida sáudavel, o espírito militar e o serviço ao Estado. A ampla estrutura do DOSAAF (Associação voluntária soviética para ajudar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica), movimento patriótico juvenil cuja origem remonta à Rússia Soviética dos anos 1920, foi colocada a serviço da Yunarmia. Para a tradicional festa de fim de curso, no início do ano, o Ministério da Defesa da Rússia abriu as portas do parque de recreação militar Patriot, nas redondezas de Moscou, para a Yunarmia. Os meninos foram de paletó e gravata e as meninas de vestido cumprido. Ao fazer parte de instituições relacionadas ao poder muitos jovens vêm oportunidade de fazer carreira. Outros, mais críticos, se manifestam por mudanças porque querem ver novos rostos na cúpula do poder. Na imagem, adolescentes praticando para a tradicional dança de fim de ano.
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Crianças da era Putin

Toda uma geração cresceu sob o mandato do atual presidente russo. Durante os três últimos verões um fotógrafo lhes retratou

El País
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