A libertação de Raqqa
Estado Islâmico perde sua capital, mas isso não significa que o jihadismo está acabado
A libertação, anunciada na segunda-feira, da cidade de Raqqa, considerada a capital oficiosa do Estado Islâmico, é um golpe duríssimo ao jihadismo tanto pelo valor simbólico e estratégico de sua derrota como pela forma que ela ocorreu.
Desde 2014, Raqqa era um dos símbolos do poder do EI utilizada pela propaganda islamista para propagar a mensagem da inevitabilidade da vitória do califado jihadista sobre um decadente Ocidente e os corruptos e servis Estados muçulmanos existentes no Oriente Médio. Uma propaganda que serviu para transformar em jihadistas pessoas fascinadas por ela em países do mundo inteiro e para que dezenas de mulheres empreendessem uma viagem, quase sempre sem retorno, em busca do paraíso na terra. Mas como não podia ser de outra forma, as coisas no local eram muito diferentes e a cidade síria foi martirizada durante três anos, perdendo dezenas de milhares de habitantes e transformando o restante em verdadeiros prisioneiros. Uma prova é que a última resistência dos jihadistas se deu no hospital central da cidade.
A conquista de Raqqa finalizada na segunda-feira por uma coalizão de milícias sírias lideradas pelos curdos e com o apoio dos EUA é um duríssimo golpe também na estratégia de controle do território do EI cuja frente está desmoronando e já ficou dividida em duas. Como no caso do Iraque, a colaboração nacional com o apoio internacional se revelou uma arma absolutamente eficaz para lutar contra o jihadismo.
Mas não podemos nos enganar. Essa derrota não significa que a ameaça jihadista permanente sobre as sociedades democráticas diminuiu. Pelo contrário. Quanto mais encurralado o EI estiver na região maior será sua necessidade de propaganda e sua determinação em atingir seus inimigos.
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