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O navegador do futuro já está aqui e se chama Neon

Revolucionário protótipo apresenta um ‘browser’ com aspecto de sistema operacional

Aspecto do novo navegador Opera Neon.
José Mendiola Zuriarrain
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Até há pouco tempo, a potência de um computador se media pela capacidade de seu hardware e a memória. Eram épocas em que a conexão à Internet não era tão difundida como é agora e a maioria dos trabalhos se realizava nele. Mas agora tudo mudou e a nuvem se impôs com autoridade, até o ponto em que o Google optou por apresentar uma plataforma, a Chrome OS, “um sistema operacional feito para a rede” como eles mesmos definem. Agora, a Opera acaba de dar um importante passo nessa mesma direção apresentando um protótipo de navegador totalmente diferente de tudo o visto até hoje: o Neon.

O que é o Neon exatamente? A definição mais lógica seria a de navegador, e não resta dúvida de que o é, mas na realidade a Opera vai muito mais longe. Essa aposta oferece ao usuário, na verdade, uma interface no modelo de plataforma sobre a qual os elementos (todos eles objetos na rede), são tratados visualmente como se fossem aplicativos. Esse enfoque é exatamente o mesmo que o proposto — com notável sucesso, diga-se de passagem — pelo Google e seus Chromebooks (os notebooks que equipam o sistema operacional na nuvem). E não restam dúvidas de que tem suas vantagens.

Na interface, todos os elementos são tratados visualmente como se fossem aplicativos

A primeira coisa que chama a atenção ao se instalar o Neon é a simplicidade e a limpeza visual: na tela praticamente não há mais elementos além de um enorme campo de buscas de onde se inicia a aventura. A Opera, de qualquer forma, teve a lembrança de deixar ao usuário bolhas flutuando na parte central da tela com diferentes redes e serviços muito populares (Facebook, Mashable, etc.) para nos dar uma dica de como funciona exatamente o Neon. Do ponto de vista do usuário, o mais importante é mudar os hábitos e esquemas mentais dos navegadores anteriores: isso é outra coisa.

Você já se sentiu em algum momento agoniado com a quantidade de janelas abertas ao realizar algum trabalho? O pior não é só a sensação de agonia e excesso, mas essa disposição também consome recursos e o sistema pode ficar mais lento. Nesse sentido, a primeira medida da Opera foi transformar todas essas páginas abertas em bolhas que ficam minimizadas na tela sem realmente incomodar. Mas vão muito mais além: o Neon oferece uma ilha na parte central da tela na qual podemos colocar as bolhas que utilizamos com mais frequência.

Tela do Neon.
Tela do Neon.

É aqui que a Opera combina sabiamente o conceito “janela” com o de “aplicativo”: o Neon trata as redes como aplicativos e é uma forma inteligente de manipulá-las uma vez que, na realidade, em 99% das situações trabalharemos com o computador conectado à Internet. Chegando a esse ponto e transcorridos poucos minutos de uso, o usuário se verá capaz de criar seus próprios apps com os sites visitados com mais frequência: Facebook, YouTube, o e-mail... o melhor do assunto é que o Neon permite também criar ícones com links específicos, de modo que podemos ter uma bolha de esportes e outra de política de um mesmo jornal.

O enfoque conquista em muito pouco tempo quem realmente quer simplicidade e eficácia no uso do computador, mas além disso a Opera acrescenta a todos esses ingredientes sua marca própria: uma velocidade de navegação alucinante que facilita muito a experiência de uso. Defeitos do Neon: Muitos, mas centrados basicamente no fato de que se trata de um protótipo inicial sobre o qual se acrescentarão complementos. O Neon não só chegou para ficar como quer também ser o centro do trabalho de seu computador, até o ponto em que camufla a tela de fundo do navegador utilizando a mesma imagem do escritório, algo que pode chegar a confundir. Essa é a ideia, na verdade.

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