Switch, a nova tentativa da Nintendo de recuperar hegemonia
Empresa criadora do ‘Super Mario Bros’ cria o Switch, um híbrido entre console portátil e de mesa
Poder jogar sentado no metrô ou esparramado no sofá. Essas são as duas apostas simultâneas com as quais a Nintendo pretende reinventar a roda dos videogames. A ideia foi batizada de Nintendo Switch e é o novo console da empresa de Kyoto, que já no final do século XIX se dedicava aos jogos – no caso, fabricando baralhos. Esta sexta-feira, 13, foi o dia escolhido para revelar suas características e permitir que a imprensa o testasse pela primeira vez.
O Switch terá seu lançamento no exterior em 3 de março, informou o fabricante numa concorrida apresentação em Tóquio. Ainda não há previsão para a chegada no Brasil. O preço vai variar conforme o país: 299 dólares (950 reais) nos EUA, 29.960 ienes (830 reais) no Japão, e 330 euros (1.115 reais) na Espanha, por exemplo.
Por causa do preço (superior ao do PlayStation 4, da Sony, e Xbox One, da Microsoft), o novo sistema parece ter decepcionado os investidores da Bolsa de Tóquio, onde, faltando uma hora para o fim do pregão, as ações da Nintendo caíam 3,2%.
A companhia criadora de jogos como Super Mario Bros, Pokémon e Zelda, que já vendeu mais de 600 milhões de consoles e quatro bilhões de jogos, tenta recuperar com esse aparelho a hegemonia no mercado perdida na geração anterior de consoles. O Wii-U, um híbrido entre tablet e console de mesa convencional, mal chegou aos 13,36 milhões de consoles vendidos, pouco mais de 10% da marca obtida por seu antecessor, o Nintendo Wii (101,63 milhões).
A aposta na mobilidade, por oferecer um console que pode ser usado tanto no metrô quanto no sofá de casa, ligado à televisão, é inédita no setor. A Nintendo aposta nisso para reassumir uma posição de poder num setor, o dos videogames, que hoje é ferreamente dominado pelo PlayStation 4, mas no qual os celulares e computadores são cada vez mais relevantes. Dos 320 bilhões de reais que o setor movimenta (mais do que o dobro de toda a bilheteria dos cinemas), 37% já provêm dos jogos para celulares, segundo dados da consultoria especializada Newzoo. Os consoles, outrora reis absolutos do meio, se conformam com 30%.
A Nintendo tentará explorar o carrossel midiático em que o mundo mergulhou com o Pokémon Go. Já vazou a informação de que o novo console terá um game dessa franquia, que, em sua versão móvel, representou um fenômeno de massas inédito nos games – ou em qualquer outro setor do entretenimento. Correrias no Central Park, caçadas às criaturas em templos religiosos e uma montanha-russa nas ações da Nintendo nas Bolsas foram alguns dos momentos culminantes da febre provocada por esse jogo de realidade aumentada em 2016. Mario e Zelda são dois dos outros porta-estandartes da companhia que já tiveram seu retorno confirmado com o Nintendo Switch.
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