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As competições de pedra, papel e tesoura no Japão com finais épicas

A vencedora se transforma na nova líder de uma banda pop

Pablo Cantó

Pedra, papel e tesoura (também chamado de jokenpô) é mais que um meio de escolher a equipe de jogo ou passar o tempo no Japão. O janken taikai (como é conhecido no país) aparece em séries de televisão, há programas para competir com a apresentadora... E se organizam concursos surrealistas. Jon Lee, jornalista de The Washington Post, publicou em 12 de dezembro o gif de um deles dizendo que “era um dos grandes vídeos da Internet”. Superou 40.000 retuítes em menos de quatro dias.

A competição à qual Lee se refere em seu tuíte é a Janken Queen, realizada em 16 de outubro e organizada pela banda pop japonesa AKB48. Nele se vê a grande final, na qual se enfrentam Yumoto Ami (vestida de animadora) e Tanabe Miku (com uma gravata na cabeça e um leque no bolso). Quando Miku vence, reage assim:

A KB48 é uma banda japonesa só de mulheres que tem em suas fileiras mais de uma centena de membros. Tem até espaço próprio de shows. Suas integrantes se organizam em grupos de sete garotas para poder tocar em vários lugares de forma simultânea.

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A banda organiza esta competição desde 2010 e dela participam 100 membros da AKB48. Nesta edição, as sete mais bem classificadas ganhavam como prêmio formar um subgrupo da banda, ficando a vencedora da competição como líder do novo conjunto. Em outros anos, a ganhadora conseguia uma participação no single seguinte da banda.

O jogo de pedra, papel e tesoura chegou ao Japão no século XVII. A terra do sol nascente recebeu-o da China, país onde se encontram as primeiras referências ao jogo: segundo o livro Introdução à Indústria dos Jogos, do historiador Michael E. Moore, a primeira obra em que se menciona o jogo é a Wuzazu, cuja data aproximada é o ano de 1.600 a.C.

No Japão o formato não só é popular na televisão como também entre os magnatas: em 2005, o jornal The New York Times publicou um divertido artigo contando como um empresário japonês, dono da corporação tecnológica Maspro, contatou as duas das casas de leilão mais célebres do planeta, Christie’s e Sotheby’s, e organizou um duelo de pedra, papel e tesoura entre ambas. O prêmio para a ganhadora seria conduzir o leilão da coleção de arte do magnata, com peças de Cézanne, Picasso e Van Gogh.

Os representantes das empresas, conta o jornal norte-americano, treinaram para a ocasião, que teve um formato singular: cada participante escrevia em um papel a arma escolhida, que depois o magnata lia. Venceu a Christie’s, com uma tesoura diante do papel da Sotheby’s.

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