_
_
_
_

Juros do México sofrem aumento histórico devido ao efeito Trump

Banco Central eleva as taxas de 4,75% para 5,25%, o quinto aumento em um ano e visa ancorar a moeda

Jan Martínez Ahrens
O governador do Banco do México, Agustín Carstens, na quarta-feira, 9 de novembro, em uma coletiva de imprensa na Cidade do México (México).
O governador do Banco do México, Agustín Carstens, na quarta-feira, 9 de novembro, em uma coletiva de imprensa na Cidade do México (México).EFE

O Banco Central do México deu dígitos à ameaça de Donald Trump. Em uma decisão histórica, o regulador monetário decidiu elevar as taxas de juros de 4,75% para 5,25% para frear o devastador efeito da vitória do republicano nas eleições presidenciais norte-americanas. O aumento, o quinto em um ano, chega depois de uma semana em que o peso rompeu seus mínimos históricos em relação ao dólar e se tornou a moeda mais fustigada do planeta.

Mais informações
Voltar para casa: o sonho dos emigrados mexicanos
As vidas partidas pela fronteira com os Estados Unidos
Viagem ao túnel das drogas dos Estados Unidos
Muro de Trump já pode ser tocado, e está frio

A elevação das taxas de juros trará alívio momentâneo à divisa. Mas é um mau sinal para o cidadão. Em um país com 46% da população na pobreza, mostra a enorme dependência dos Estados Unidos. Um fator que até o momento equivalia à prosperidade e que, agora, é motivo de instabilidade. A incerteza trazida por Trump e suas ameaças comerciais põem em risco, como afirmam as agências de classificação, o fluxo de investimento estrangeiro no México e, com isso, o próprio crescimento econômico. Nesse sentido, os analistas dão por certo para 2017 um corte das previsões de aumento do PIB (presumivelmente, ficará abaixo de 2%) e um incremento da inflação a 4% (até agora beirava 3%).

É um mau cenário, mas poderia ser ainda pior. Sem a intervenção do governador do Banco do México, Agustín Carstens, há consenso em que o sofrimento da economia mexicana teria sido maior. No último ano, a instituição elevou cinco vezes as taxas de juros. De 3% passaram aos atuais 5,25%. Esse constante bombeamento busca salvaguardar a inflação e ancorar a moeda.

Até a vitória do republicano, o objetivo vinha sendo alcançado, apesar de as pressões terem sido imensas. Além da própria fraqueza da economia mexicana, incapaz de crescer acima de 2,5%, o Brexit e a volatilidade internacional se fizeram sentir com força. Agora, porém, as eleições norte-americanas ensombreceram definitivamente o panorama.

"Embora ainda seja difícil identificar os elementos específicos que definirão a posição de política econômica que os Estados Unidos terão em sua relação bilateral com nossa nação a partir de 2017, os riscos que isso implica tiveram um impacto importante nos mercados financeiros nacionais, onde os preços dos ativos caíram e registraram uma elevada volatilidade”, observa o Banco do México.

O resultado dessa incerteza é a elevação de meio ponto nas taxas de juros. E o aviso de que a autoridade monetária “se manterá vigilante” ante os Estados Unidos para contra-atacar as pressões inflacionárias. A tempestade começou.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_