Adeus a um homem de paz
Shimon Peres nunca deixou de acreditar na possibilidade de um acordo com os palestinos
A significativa presença de líderes de todo o mundo, entre eles Felipe VI, no enterro nesta sexta-feira em Jerusalém do ex-presidente de Israel Shimon Peres não é apenas um reconhecimento de uma figura histórica do Estado judeu, mas uma maneira de entender a política e as relações internacionais baseadas mais na negociação e no compromisso do que no confronto.
A longa carreira política de Peres é paralela à tumultuada realidade geopolítica do Oriente Médio, mas se algo caracterizou o falecido mandatário foi um esforço constante para encontrar soluções viáveis ao conflito com os palestinos. A presença na sexta no funeral do Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, reflete um consenso generalizado em torno a uma figura que foi fundamental para os Acordos de Oslo, até agora o maior projeto de entendimento alcançado entre israelenses e palestinos. Neste contexto, devemos louvar as palavras expressas pelo presidente dos EUA diante do caixão de Peres. Barack Obama pediu a Abbas e a Benjamin Netanyahu que retomem o processo de paz, cujas negociações estão interrompidas desde 2014. O aperto de mão, minutos antes, entre os líderes israelense e palestino pode ser considerado uma contribuição póstuma do falecido Prêmio Nobel da Paz ao processo. Por outro lado, a não presença de representantes dos dois únicos países árabes com os quais Israel mantém relações diplomáticas — Jordânia e Egito — e a ausência total de enviados dos países árabes mostra o abismo que ainda separa Israel de seus vizinhos.
Em uma terra onde cada pedra é um símbolo, é significativo que Peres descanse em um túmulo ao lado de Yitzhak Rabin, outro israelense que apostou decisivamente na paz e acabou pagando com a vida nas mãos de um compatriota extremista. Desaparecidos os dois, toca agora a seu sucessor em Jerusalém demonstrar que está à altura.
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