Thiago Braz, catapultado para o panteão do atletismo brasileiro
Paulista quebra jejum de vitória mais recorde que Brasil não comemorava desde Joaquim Cruz
![Thiago Braz celebra o ouro na prova de segunda-feira.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/VWGBCV4VW42MOMQG6MIJ7H6WSU.jpg?auth=81e18d1ba7d158e3091d26312c5363cb3c92f9b4d6d5c76c43d14dcfe3dc26d2&width=414)
![Marina Rossi](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/https%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Farc-authors%2Fprisa%2F44fe0c2d-c023-44d6-a120-2218b6b84d29.png?auth=a635913aea56787c84e8341aac08878b79d2aceccdf29cf1a10f487dc95b1f66&width=100&height=100&smart=true)
“As pessoas acreditaram em mim, estavam do meu lado me apoiando. Poder completar uma prova com recorde pessoal e recorde olímpico, ganhando medalha de ouro... É inexplicável”, assim, Thiago Braz escrevia o mais recente capítulo da história do atletismo brasileiro, após conquistar o ouro no salto com vara nesta segunda-feira.
O sentimento de Thiago pode ser inexplicável, mas a sua vitória, que foi também a quebra de um recorde olímpico ao atingir a marca de 6,03, tem o esforço e o preparo do atleta como explicações essenciais. Seu treinador, o ucraniano Vitaly Petrov, é o mais respeitado técnico de salto com vara do mundo. Em seu currículo estão o treinamento da russa Yelena Isinbayeva, a brasileira Fabiana Murer e o ucraniano Sergei Bubka, o maior saltador com vara de todos os tempos. A vitória de Thiago Braz coloca o atletismo brasileiro em um novo patamar.
O reconhecimento do trabalho do atleta é à altura do seu recorde. “Quem olha para o Thiago saltando vê Serguei Bukba pulando”, afirmou o próprio Bubka em uma entrevista para a Istoé 2016 no ano passado. “A mesma maneira de correr, o mesmo jeito de se movimentar. Ele faz tudo como eu fazia”. O último recorde de Bubka foi atingir a marca de 6,14 metros em um mundial. Em uma Olimpíada, a maior marca é a recente conquista de Thiago.
A última vez que o Brasil havia subido ao pódio no atletismo, uma das áreas mais cultuadas dos Jogos, havia sido com Maureen Maggi no salto em distância, em Pequim 2008. O último ouro olímpico no masculino o jejum era ainda maior: foi há 31 anos, quando Joaquim Cruz triunfou nos 800 metros da Olimpíada de Los Angeles. Tratando-se de provas de campo (que englobam saltos, arremesso e lançamentos), essa é a primeira medalha máxima desde que Adhemar Ferreira da Silva foi campeão no salto triplo na Olimpíada de Melbourne, em 1956. Se Thiago Braz seguir fazendo tudo como Sergei Bubka fazia, o Brasil pode se preparar para as medalhas nas próximas competições: Bubka tem seis vitórias consecutivas no Campeonato Mundial de Atletismo e quebrou nada menos que 35 recordes mundiais. "Em um ano ou dois, acho que podemos bater o recorde mundial. É importante a partir do primeiro treino agora esquecer que ele é campeão olímpico", disse Petrov ao Globo Esporte,