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O negócio dos mortos

EL PAÍS acompanha o trabalho noturno dos motoristas municipais

A entrada no necrotério do hospital municipal é permitida pelo segurança do local. O cheiro é forte e causa desconforto. O corpo negro do velho senhor que deve ser enterrado está vestindo apenas uma fralda enquanto seu rosto está coberto por uma extensa tira de esparadrapo. Anos de experiência contribuem para um trabalho preciso na hora de vesti-lo. A família trouxe o terno mais bonito, na cor cinza escuro, camisa azul marinho e uma boina de estimação."Ele adorava este chapeuzinho", suspira a filha mais velha.Victor Moriyama
Os motoristas da funerária municipal exercem funções de agentes funerários devido às demandas cotidianas. Fragilizadas pela perda, as famílias desconhecem as obrigações de cada órgão público envolvido no último ritual da vida.Victor Moriyama
O serviço funerário municipal inclui, além do caixão, três jogos de quatro velas, flores brancas e folhagens para cobrir o corpo e outros itens. Um pano fino na cor branca estendido por cima do caixão determina que o corpo está pronto para ser velado pela família.Victor Moriyama
O sistema funerário mantém brechas que permitem oportunismos e corrupção. Serviços como preparo do corpo com formol, algodão para as vias respiratórias e outros perfumes são oferecidos de maneira informal para as famílias, que fragilizadas pelo momento e sem conhecimento sobre o assunto, aceitam na hora o valor proposto pelo agente sem maiores questionamentos.Victor Moriyama