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Desvalorização da moeda chinesa faz cotação do dólar passar de R$ 3,50

Decisão chinesa de desvalorizar o yuan 1, 9% fez o Ibovespa recuar nesta terça-feira

Rafael Neddermeyer (Fotos Públicas)

A desvalorização repentina do yuan, nesta terça-feira, fez o dólar ampliar a alta em relação ao real. Por volta das 13h30, a moeda americana avançava 1,97% e era cotada a 3,51 reais, fazendo com que a trégua da alta do dólar nos últimos dois dias no Brasil não durasse muito.

A notícia que a China desvalorizou sua moeda ante o dólar em quase 2% golpeou boa parte das moedas emergentes nos mercados globais. Moedas ligadas às commodities, como o real, o dólar australiano e o peso chileno, foram algumas das que mais sentiram o efeito da medida. Das 24 principais divisas emergentes, 17 perdiam força em relação ao dólar.

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A desvalorização recorde do yuan, a maior em 20 anos, também afetou as Bolsas de Valores. No Brasil, as ações da Petrobras e da Vale operavam com fortes quedas, fazendo que o Ibovespa recuasse também. Às 13h30 o índice operava em baixa de 1,86%, aos 48.432 pontos.

Diante de indicadores econômicos fracos, o Banco do Povo Chinês (o BC da China) busca com a desvalorização da moeda estimular as exportações do país asiático. A intervenção chega após o anúncio de uma queda de 8,3% nas exportações em julho no país.

"A economia chinesa está entrando em uma nova fase, voltada para o consumo das famílias e é normal que ela adquira outro ritmo. A China não poderá continuar sendo o grande motor do crescimento global. Agora, a estratégia chinesa  será investir nas exportações também", explica o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Guilherme Perfeito.

O economista afirma que a desvalorização do yuan terá claramente um efeito negativo para a economia brasileira, uma vez que o gigante asiático é o maior comprador do Brasil. "Essa desaceleração chinesa chega em um momento que o Brasil já sofre com a queda do preço das commodities e com a retração econômica. É provável que o setor da mineração, por exemplo, continue atravessando um mal momento. Porém, não é o fim do mundo. O Brasil tem potencial para exportar outros produtos e deve focar agora no avanço dos Estados Unidos e apostar nesse mercado", explica Perfeito.

A freada econômica chinesa já vem cobrando fatura nas exportações brasileiras neste ano. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, de janeiro a junho deste ano, as exportações para a China registraram uma queda de 22,6% em receita, quando comparado com o mesmo período do ano passado.

O economista ressalta, no entanto, que o avanço da desvalorização do real pode ajudar o país a ficar mais competitivo e reequilibrar as exportação. "Em termos reais, o real ainda pode desvalorizar mais se levamos em conta a inflação", assegura. Em 2015, a moeda americana já acumula um avanço de 29% em relação ao real.

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