Moeda da China sofre a maior desvalorização em duas décadas
Cotação do yuan cai quase 2% em relação ao dólar e chega ao menos valor em três anos Movimento chega após os índices ruins do comércio exterior e meses de seguidas altas
O Banco Popular da China desvalorizou sua moeda, o yuan, na terça-feira, depois de sua cotação se manter invariável em relação ao dólar norte-americano durante meses, e suas vendas ao exterior foram afetadas por conta disso. O órgão fixou a taxa média de referência nos 6,2298 yuans por dólar (21,83 reais), uma desvalorização de 1,86% em relação à cifra de segunda-feira. Após essa mudança, o valor do yuan em relação ao dólar está em seu menor índice em três anos.
Em um comunicado, o regulador monetário chamou a medida de “desvalorização excepcional” com o objetivo de que a taxa de câmbio “reflita melhor as forças do mercado”. A China gere a taxa de câmbio de sua moeda através de uma taxa média de referência que o Banco Central estabelece diariamente e cujo valor está exposto a um intervalo de flutuação de no máximo 2% por dia.
“A China mantém um superávit comercial relativamente grande e a taxa de câmbio do Renminbi é relativamente forte frente a outras divisas mundiais. Isso não é totalmente coerente com as expectativas do mercado. Portanto, é um bom momento para melhorar seu sistema de cotação”, defendeu o órgão regulador.
A desvalorização, que segundo a Bloomberg é a maior em duas décadas, ocorre após a queda contínua das exportações gigante asiático, um dos grandes motores de crescimento econômico do país nas últimas décadas. Em 2015, o valor do comércio exterior baixou 7,3% em relação ao mesmo período de 2014, uma cifra muito distante dos objetivos do Governo para 2015, quando era esperado um crescimento de 6%.
Enquanto o valor da moeda chinesa esteve conectado ao dólar, as cotações de seus principais competidores desvalorizaram consideravelmente. O yuan se fortaleceu mais de 21% em relação ao iene japonês e mais de 11% em relação ao won sul-coreano no último ano, o que fez com que os produtos chineses perdessem competitividade. A cotação da moeda de seu principal parceiro comercial, o euro, também desvalorizou mais de 17% em relação à divisa chinesa.
Apesar da progressiva desaceleração de sua economia, as autoridades chinesas defenderam nos últimos meses a sustentação do valor do yuan com o objetivo de evitar as fugas de capitais e apresentar sua moeda como um valor estável para impulsionar seu uso fora de suas fronteiras. De fato, um dos grandes objetivos de Pequim é que o Fundo Monetário Internacional inclua a moeda chinesa na cesta que determina o valor dos Direitos Especiais de Giro, algo que reconheceria de forma oficial o yuan como um ativo de reservas internacional e impulsionaria seu uso em todo o planeta. O FMI, entretanto, pressiona para que a moeda chinesa seja plenamente conversível nos mercados internacionais. Nesse sentido, o Banco Central afirmou que a desvalorização faz parte das medidas para conseguir com que “o mercado desempenhe um papel mais proeminente” na hora de determinar a taxa de câmbio do yuan no futuro.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.