Nadal, eliminado de Wimbledon na segunda rodada pelo 102º do mundo
O tenista cai ante o 102 do mundo por 7-5, 3-6, 6-4 e 6-4 e se despede do torneio londrino
![Alejandro Ciriza](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/https%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Farc-authors%2Fprisa%2Fff56c9de-8d8d-4f81-a772-c84b51075421.png?auth=73935b78dfea10f9a0df8fca8d833a8b182033cbe5a21f29529d99bcdbde5685&width=100&height=100&smart=true)
![Rafael Nadal se lamenta por um ponto perdido.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/U52CFMSHGCCT62GXJHJRWWSWMA.jpg?auth=a71f845523a0c92714f743695f4f6748fd850ead7735c9da18022cb5b363be95&width=414)
Outra vez, de novo. Rafael Nadal se despediu do All England Tennis Club cedo demais. O número 10 caiu (7-5, 3-6, 6-4 e 6-4 em duas horas e 34 minutos) diante do alemão Dustin Brown, 102 do mundo, 30 anos. Nadal saiu quando em Wimbledon ainda se definem as chaves, à espera dos pratos fortes.
Eram muitos, demasiados, os sinais de que as coisas não iam bem. Enquanto Toni Nadal roía as unhas até a meia-lua, seu sobrinho fazia um trejeito depois de outro na quadra. Não se encontrava consigo mesmo, nem mesmo a maneira de desarticular o jogo anárquico de Brown. De novo se viu esse Nadal claudicante a quem custa acertar o rumo se as bolas forem mal dadas ou se o dia não é de sorte. Gesto torcido, testa franzida, negativas com a cabeça. Um mau momento. Um mau sinal para o tenista de Manacor, que em sua estreia no torneio havia exibido uma versão bem diferente contra Thomaz Belluci. E o primeiro set foi uma sólida amostra do que iria acontecer na Catedral. Brown, o garoto que engatou no tênis graças a uma caravana com a qual percorreu meia Europa para custear seu acesso ao circuito profissional, já sabia que tinha pouco a perder. Nadal, a quadra central de Wimbledon, gramado – seu melhor habitat. Bom dia para o feito, deve ter pensado o alemão, criado em uma viagem de ida e volta entre Celle, uma localidade da Westfália, e a arena caribenha da Jamaica.
Já tinha derrotado Nadal no ano passado sobre o gramado de Halle; uma referência enganosa para muitos. Londres, cenário de altos voos, a cinco sets. Isso era outra coisa, pensavam. Mas não. O rapaz de origem antilhana jogou como os anjos, sem pressão, com esse sentido hedonista que o faz encarar o jogo como um divertimento, por cima de tudo. Plástico e elástico, empregou a arma que domina melhor. Isto é, o saque-voleio, que funciona maravilhosamente sobre o verde. Em algumas ocasiões, deu saltos próprios de um jogador de basquete e golpes pairando no ar.
Agonizou, acima de tudo, por sua benevolência com os serviços e um ‘drive’ descontrolado
Nadal, por outro lado, sobrepujado. Agonizou, acima de tudo, por sua benevolência com os serviços e um drive descontrolado que enviou bolas demais para o limbo. Diante do prazer do rival, ele padecia. Cedeu o primeiro set e virou no segundo, mas não o suficiente para continuar enredado na partida. No terceiro e no quarto set, Brown continuou muito mais fino. Consequência: outro adeus prematuro de Nadal, que nos três últimos anos já saiu rápido demais (segunda rodada em 2012, primeira em 2013 e nas oitavas da competição passada). Depois da queda em Paris, um novo golpe para o tenista de Manacor. Dois títulos menores –Buenos Aires e Sttugart–e muita inconsistência este ano. Ele, apesar de tudo, continua remando.