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Nadal, eliminado de Wimbledon na segunda rodada pelo 102º do mundo

O tenista cai ante o 102 do mundo por 7-5, 3-6, 6-4 e 6-4 e se despede do torneio londrino

Alejandro Ciriza
Rafael Nadal se lamenta por um ponto perdido.
Rafael Nadal se lamenta por um ponto perdido.G. Kirk (AFP)

Outra vez, de novo. Rafael Nadal se despediu do All England Tennis Club cedo demais. O número 10 caiu (7-5, 3-6, 6-4 e 6-4 em duas horas e 34 minutos) diante do alemão Dustin Brown, 102 do mundo, 30 anos. Nadal saiu quando em Wimbledon ainda se definem as chaves, à espera dos pratos fortes.

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Eram muitos, demasiados, os sinais de que as coisas não iam bem. Enquanto Toni Nadal roía as unhas até a meia-lua, seu sobrinho fazia um trejeito depois de outro na quadra. Não se encontrava consigo mesmo, nem mesmo a maneira de desarticular o jogo anárquico de Brown. De novo se viu esse Nadal claudicante a quem custa acertar o rumo se as bolas forem mal dadas ou se o dia não é de sorte. Gesto torcido, testa franzida, negativas com a cabeça. Um mau momento. Um mau sinal para o tenista de Manacor, que em sua estreia no torneio havia exibido uma versão bem diferente contra Thomaz Belluci. E o primeiro set foi uma sólida amostra do que iria acontecer na Catedral. Brown, o garoto que engatou no tênis graças a uma caravana com a qual percorreu meia Europa para custear seu acesso ao circuito profissional, já sabia que tinha pouco a perder. Nadal, a quadra central de Wimbledon, gramado – seu melhor habitat. Bom dia para o feito, deve ter pensado o alemão, criado em uma viagem de ida e volta entre Celle, uma localidade da Westfália, e a arena caribenha da Jamaica.

Já tinha derrotado Nadal no ano passado sobre o gramado de Halle; uma referência enganosa para muitos. Londres, cenário de altos voos, a cinco sets. Isso era outra coisa, pensavam. Mas não. O rapaz de origem antilhana jogou como os anjos, sem pressão, com esse sentido hedonista que o faz encarar o jogo como um divertimento, por cima de tudo. Plástico e elástico, empregou a arma que domina melhor. Isto é, o saque-voleio, que funciona maravilhosamente sobre o verde. Em algumas ocasiões, deu saltos próprios de um jogador de basquete e golpes pairando no ar.

Agonizou, acima de tudo, por sua benevolência com os serviços e um ‘drive’ descontrolado

Nadal, por outro lado, sobrepujado. Agonizou, acima de tudo, por sua benevolência com os serviços e um drive descontrolado que enviou bolas demais para o limbo. Diante do prazer do rival, ele padecia. Cedeu o primeiro set e virou no segundo, mas não o suficiente para continuar enredado na partida. No terceiro e no quarto set, Brown continuou muito mais fino. Consequência: outro adeus prematuro de Nadal, que nos três últimos anos já saiu rápido demais (segunda rodada em 2012, primeira em 2013 e nas oitavas da competição passada). Depois da queda em Paris, um novo golpe para o tenista de Manacor. Dois títulos menores –Buenos Aires e Sttugart–e muita inconsistência este ano. Ele, apesar de tudo, continua remando.

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