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Investigação fecha o cerco contra a corrupção na CBF

PF e Ministério Público abrem inquérito contra o ex-presidente Ricardo Teixeira

Ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira
Ex-presidente da CBF Ricardo TeixeiraUESLEI MARCELINO (REUTERS)

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal continuam fechando o cerco contra a corrupção na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e abriram inquérito contra o principal suspeito de todo o esquema, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira. O ex-presidente do F.C. Barcelona Sandro Rosell também foi indiciado. Segundo os jornais O Globo e Estadão, Teixeira é acusado de quatro crimes (evasão de divisas, falsificação de documentos públicos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica), enquanto Rosell responde por dois: falsificação de documento público e ocultação de informações.

Segundo depoimentos confidenciais colhidos pela Polícia Federal e mencionados pela imprensa brasileira, Rosell teria embolsado mais de oito milhões de euros (cerca de 28 milhões de reais) em um dos negócios ilegais. A investigação começou com as comissões recebidas por esses dirigentes por meio da empresa Alianto. Entre os investigados também estão os diretores de três empresas de marketing esportivo, como Claudio Honigman, parceiro comercial Teixeira e Rosell.

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Não é a primeira vez que Rosell e Teixeira fazem negócios juntos. Na verdade, Rosell foi diretor de marketing da Nike na América Latina durante o período em que a empresa norte-americana assinou um acordo milionário com a CBF que já foi examinado (e não foram encontradas provas conclusivas) por uma CPI em 2001.

A investigação, iniciada há dois anos, permitiu que o Ministério da Fazenda registrasse uma movimentação financeira “atípica” por parte de Teixeira durante a preparação da Copa do Mundo do Brasil no valor de 150 milhões de euros. As operações tiveram lugar entre 2009 e 2012, ano em que Teixeira foi obrigado a deixar a presidência da entidade que dirigia desde 1989 por acusações graves de corrupção.

O sucessor de Teixeira na CBF, José Maria Marin, de 83 anos, está preso na Suíça à espera de extradição para os Estados Unidos pelo escândalo de suborno, juntamente com seis outros altos executivos da Fifa. Embora ele não tenha relação direta com o “Fifagate”, fontes policiais afirmam que a investigação brasileira poderia servir para complementar o processo realizado pela as autoridades dos EUA e que levou à demissão do seu presidente, Joseph Blatter.

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