_
_
_
_

Joseph Blatter é reeleito presidente da FIFA pela quinta vez

O suíço assume seu quinto mandato no comando da maior instituição de futebol

Luis Doncel
Joseph S. Blatter celebra vitória.
Joseph S. Blatter celebra vitória. Alexander Hassenstein (FIFA/Getty Images)

Joseph Blatter superou a maior crise da história da FIFA obtendo uma vitória na eleição presidencial do organismo que organiza o futebol mundial, nesta sexta-feira, em Zurique. O suíço, reeleito pela quinta vez consecutiva, derrotou no primeiro turno o jordaniano Ali Ben Hussein, por 133 votos contra 73. Precisaria de 140 votos, e a rigor seria necessário um segundo turno. Mas Hussein retirou a candidatura ao ver que suas chances eram mínimas.

Mais informações
Caso FIFA desencadeia uma disputa política e econômica mundial
Blatter: bobo ou Don Blatterone?, por JOHN CARLIN
Polícia Federal brasileira decide investigar a CBF
“Não há lugar para a corrupção de qualquer natureza”, diz Blatter
José Marin: dos gramados à prisão na Suíça
Perguntas e respostas sobre a FIFA
O ‘dono do futebol brasileiro’ abriu a chave do esquema na FIFA

A tensão em torno do 65.º Congresso da FIFA era notável na entrada do ginásio de Zurique onde a votação acontecia. Por volta do meio-dia (hora local), a polícia confirmou uma ameaça de bomba antes da eleição. O alerta levou à desocupação de uma sala onde as delegações estavam reunidas, mas a sessão foi retomada após a confirmação de que se tratava de um falso alarme.

Contribuindo para o ambiente turbulento, cerca de cem simpatizantes da causa palestina fizeram uma manifestação em frente à porta do ginásio Hallenstadion, pedindo às delegações que apoiassem a expulsão das equipes e da seleção de Israel de competições internacionais, como punição pelas restrições impostas ao deslocamento de jogadores palestinos entre Gaza e a Cisjordânia. A delegação palestina acabou retirando essa solicitação, e o congresso aprovou a criação de um mecanismo que verificará se Israel impõe ou não obstáculos ao futebol palestino. Esse mesmo grupo analisará a participação na liga israelense de equipes de colônias judaicas em territórios palestinos ocupados.

Mas, além desse assunto, as atenções do dia se centravam em Blatter, que buscava o seu sexto mandato consecutivo, apesar da onda de críticas que sofre desde a detenção de sete dirigentes do futebol mundial por suspeita de corrupção, na quarta-feira. “Estão me responsabilizando por esta tempestade. De acordo. Assumo esta responsabilidade e estou disposto a seguir adiante. Não precisamos de uma revolução”, proclamou ele em seu breve discurso aos delegados das 209 federações nacionais que compõem o Congresso da FIFA.

“É necessário dar uma guinada. Devemos cerrar fileiras e seguir adiante”, acrescentou o homem que desde 1998 comanda o futebol mundial. Ele insistia na mensagem que já havia emitido na quinta-feira: deseja continuar à frente da FIFA para empreender uma limpeza por dentro. “Os próximos meses não serão fáceis. Tenho certeza de que novas más notícias chegarão, mas isso é necessário para começar a restaurar a confiança”, disse Blatter um dia depois da prisão dos dirigentes. As autoridades norte-americanas, responsáveis pela investigação que levou às prisões, já avisaram que as revelações feitas até agora são apenas a ponta do iceberg.

A disputa pela presidência da FIFA ultrapassou o aspecto esportivo para entrar totalmente no terreno político. Líderes destacados, como o presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, intervieram no debate. O primeiro para criticar uma suposta conspiração contra Blatter, e o segundo para pedir a renúncia do suíço.

Depois do escândalo detonado na quarta-feira, as federações de futebol dos Estados Unidos e Canadá anunciaram que votariam no rival do Blatter. “A organização precisa de uma mudança definida, se renovar. E acredito que precisamos gerir o esporte de uma maneira melhor”, disse o presidente da Associação de Futebol do Canadá, Victor Montagliani. Países como Austrália e Panamá, além da maioria das federações nacionais europeias, também anunciaram voto no candidato de oposição.

O presidente da Federação de Futebol dos EUA, Sunil Gulati, relacionou inclusive o resultado da votação com as chances de o seu país voltar a organizar uma Copa do Mundo. “Se eu gostaria que os EUA recebessem uma Copa no futuro? Claro que sim. Mas, para mim, e para o futebol dos EUA, uma melhor gestão e mais integridade da [confederação regional] Concacaf e da FIFA são muito mais importantes do que receber qualquer torneio internacional”, disse Gulati. A federação norte-americana anunciou na própria quarta-feira que apoiava a investigação feita pelas autoridades dos EUA.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_